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Setores da esquerda junto com Maia para uma “reconstrução democrática”

Artigo do jornalista político Ricardo Bruno publicado no site do Portal Brasil 247, sob o título –  “O papel de Rodrigo Maia na reconstrução democrática do País”-, expressa de maneira absolutamente cristalina o que é o objetivo de uma ala da esquerda no país que busca a constituição de uma “frente ampla” composta por partidos de esquerda e com os partidos que compõem o “centrão”, supostamente em nome da defesa da democracia brasileira contra as ameaças representadas pelo governo Bolsonaro.

“Além da indignação, o comportamento beligerante e autocrático de Jair Bolsonaro à frente da Presidência da República está produzindo algo que não se via no país desde à ditadura: a aproximação tácita e espontânea de setores do centro com a esquerda democrática. O mais importante movimento nesta direção foi dado, ontem, pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ao defender o jornalista Glenn Greenwald das ameaças extemporâneas e abusivas do presidente iracundo”, disse.

De acordo com Ricardo Bruno, a aproximação entre o centro e a esquerda democrática abriria caminho para um rearranjo do regime político em um movimento “à la Nova República”. Prossegue: “Neste quadro de estreitamento dos valores republicanos, Rodrigo Maia repete a trajetória de democratas como Tancredo Neves e Ulysses Guimaraes”. O problema é que a Nova República não significou mais do que uma manobra da grande burguesia nacional e do imperialismo para dar uma saída à falência do regime imposto pela ditadura militar, nos marcos do próprio regime burguês. Ou seja, estabelecer uma política de acordo com e mesmo “centrão” dos dias de hoje em oposição à luta independente dos trabalhadores que impôs a derrota do regime militar e abriu caminho para a construção do PT e da CUT.

Assim como naquela época, a política de “frente ampla” visava desviar a luta que era travada nas ruas para os marcos das instituições que haviam sustentado a ditadura militar de 64 e que agora promoveram e sustentam o golpe de 2016.

O que Rodrigo Maia e o “centrão” teriam de progressistas? Foram os promotores do impeachment absolutamente ilegal e fraudulento de Dilma Rousseff, foram defensores da campanha de perseguição ao PT e aos seus principais dirigentes, como o ex-presidente Lula, foram avalizadores da fraude eleitoral com a exclusão de Lula do processo eleitora; enfim, são os artífices, a começar pelo próprio Maia, da política do golpe de destruição nacional e de todas as conquistas dos trabalhadores, como a legislação trabalhista e o direito à aposentadoria.

As manobras de Rodrigo Maia não dizem respeito a um “apreço” que possa ter pela “democracia”, muito ao contrário, como se vê com relação ao golpe de Estado, mas à crise do próprio regime golpista e da necessidade de sustentar o governo do fascista Bolsonaro, diante do profundo repúdio popular ou, no limite, abrir caminho para um governo bolsonarista, mas sem Bolsonaro. Quem sabe, até dele mesmo, Rodrigo Maia.

Ao se referir à boa aceitação que o video com uma declaração de Rodrigo Maia em defesa de jornalista Glenn Greenwald teria tido entre os participantes do ato em solidariedade ao fundador do The Intercept, ocorrido na terça-feira, Bruno aponta que “Naquele momento, selou-se tacitamente um pacto dos democratas contra as reiteradas ameaças de regressão institucional do país”.

Não vamos voltar ao fato de que se Rodrigo Maia não é democrata. Isso já está dito acima, mas na ilusão que existe em setores da pequena-burguesa de esquerda de que o golpe de Estado no Brasil será resolvida por meio das instituições, por meio das eleições. Nada mais falso. Não apenas não será resolvido, como no momento em que houver um acordo entre as diferentes frações golpistas, tenderá a se aprofundar, inclusive no caminho de uma ditadura, basta ver o que já está sendo feito nesse caminho, mesmo com toda crise do governo fascista de Bolsonaro.

O político pequeno burguês de esquerda “luta” por um mundo “cor de rosa”, com paz, amor e fraternidade. Isso é uma quimera. O mundo é o capitalismo e o capitalismo está levando o mundo cada vez mais para a barbárie. Esse sistema, absolutamente decrépito, na tentativa de garantir a sua sobrevida, passará por cima de tudo o que ele mesmo “criou”, inclusive a democracia burguesa.

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