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Propagandista do imperialismo

Série do History Channel omite termo ditadura ao falar dos seus crimes

A relativização e a omissão do termo ditadura, revela o alinhamento do documentário aos interesses do imperialismo

Em meio ao recrudescimento da extrema-direita e da crise do regime “democrático” burguês, o History Channel faz papel de propagandista do imperialismo e, simplesmente, omite o termo ditadura em série documental lançada no domingo (9). Nas condições atuais, a série certamente agradará o regime golpista de Bolsonaro, e, deveras, este é um serviçal do imperialismo.

A série, nitidamente, omite o termo “ditadura militar” ao se referir ao período de completa supressão das liberdades democráticas promovido pelos militares através do golpe (1964–1985). Mesmo esmiuçando alguns crimes cometidos pelos militares, como é o caso da tortura e assassinato do jornalista Vladimir Herzog, não se ouviu por parte da produção o termo “ditadura militar”. De acordo com o produtor da série, a equipe recusou o termo “ditadura”, porque queriam ficar no “campo da ciência” e não enfrentar “polêmicas”.

“A gente nem usa o termo ‘ditadura’, a gente usa ‘regime militar’. Se foi ditadura ou não, isso é polêmica hoje. A gente quis tomar bastante cuidado com isso”, revela o produtor.

Ao falar sobre a série, Tony Rangel, da Bioma Filmes, criadora do projeto, fez-se abstrusa e disse: “A gente não tem nenhuma tendência, nem de esquerda nem de direita. Aquilo que a investigação consegue materializar como vestígio está na série. O que seria mais tendencioso a gente deixa de fora”. Ora! E o fato dos Estados Unidos da América terem sido os organizadores do golpe – cujo objetivo era manter o controle sobre a América do Sul? Certamente, essa situação inapagável, profusamente reproduzida em livros e artigos mundo afora também seria tendenciosa.

Mesmo recorrendo a Comissão Nacional da Verdade (CNV), a qual concluiu que 377 agentes civis e militares foram responsabilizados por “graves violações aos direitos humanos”, e reconheceu 434 mortes, dentre essas, 210 desaparecidos – chegando a classificar a atuação dos representantes do regime “crimes contra a humanidade”, Rangel, estranhamente abstrai-se da análise dos fatos e omite o óbvio – que o regime militar foi uma ditadura sanguinária. Segundo o produtor, as investigações da CNV foram o ponto de partida e que, portanto, iria além. “Na CNV, foram muitos casos em muito pouco tempo. Então eles não conseguiram ir muito a fundo nesses casos”, complementa.

A relativização e a omissão do termo ditadura, revela o alinhamento do documentário aos interesses do imperialismo, que busca enganar os incautos e estabelecer uma aparência duvidosa quanto ao caráter ditatorial do regime. Assim como Bolsonaro que afirmara que “suicídio acontece, pessoal pratica”, em entrevista na RedeTV!, à jornalista Mariana Godoy, em 2018, a série deixa claro que não se trata de uma apuração concreta e, portanto, real do caráter ditatorial do regime militar, mas de uma análise puramente ideológica, podendo ser entendida segundo os critérios de cada indivíduo. Nesse sentido, a série não carece de conhecimento acerca de um AI-5, ou algo do tipo; para eles tudo não passa de um ponto de vista.

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