No dia 13 de outubro de 1977, 4 membros da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) sequestraram um avião da Lufthansa em apoio ao grupo alemão RAF, mais conhecido como Grupo Baader-Meinhof. Os sequestradores pediam a libertação de 11 presos políticos ligados ao grupo alemão, entre eles seus líderes, de dois palestinos presos e mais 15 milhões de dólares.
O sequestro iniciou-se 30 minutos após a decolagem do voo 181 da Lufthansa que partia de Palma de Maiorca, na Espanha, em direção a Frankfurt, na Alemanha. O avião se manteve em voo de país em país, passando por Roma, Chipre, Bahrain, Dubai e Aden, até chegar a Mogadíscio, na Somália, onde foi invadido por um comando anti-terrorista alemão, que matou 3 dos 4 sequestradores.
O sequestro do avião fez parte de um conjunto de ações orquestradas pelo gruo RAF, conhecido posteriormente como “Outono Alemão”. Dentre o conjunto de ações, foi realizado o sequestro de Hanns-Martin Schleyer, homem forte do imperialismo alemão e que era considerado o grande capitalista do país. Schleyer havia feito parte do regime nazista, tendo sido segundo-tenente da SS. Após o fim da segunda guerra, o então nazista havia sido preso por 3 anos. Após sair da cadeia, enriqueceu dentro do mundo corporativo, muito por conta de seus contatos da época nazista.
Um dos principais motivos que levavam o RAF a organizar a luta armada contra o imperialismo alemão era o fato de que o estado alemão havia se mantido praticamente o mesmo após a queda do regime nazista, fazendo com que muitas das personalidades que antes usavam a suástica tivessem enriquecido dentro do estado dito democrático.
Após o imperialismo ter conseguido resgatar o avião 181 da Lufthansa, o estado imperialista alemão assassinou 3 dos 4 líderes da RAF presos, Andreas Baader morto com um tiro na nuca, Gudrun Ensslin enforcada, Jan-Carl Raspe morto também com um tiro. A única sobrevivente foi Irmgard Möller, que levou 4 facadas no corpo mas sobreviveu. Irmgard diz que os 4 foram sedados dentro de suas celas para serem mortos. O estado alemão nega e prefere jogar a culpa nos presos, dizendo que houve um suicídio coletivo, aos moldes da ditadura militar brasileira com o caso Vladimir Herzog.
A RAF terminou por fuzilar o empresário nazista Hanns-Martin Schleyer, deixando o seguinte recado junto ao corpo: “Após 43 dias, acabamos com a existência corrupta e patética de Hanns Martin Schleyer. A luta apenas começou. Liberdade por meio da luta armada antiimperialista.”.
Tanto a luta da RAF quanto da FPLP demonstram como age a mídia burguesa imperialista nos casos ditos terroristas. Os grupos são apresentados até hoje como perversos e demoníacos enquanto que o estado que assassinou os membros da RAF na prisão, e que permitiu que pessoas como Hanns-Martin Schleyer e outros nazistas tenham ficado milionários após a segunda guerra, nunca é julgado.
O FPLP luta até hoje pela libertação de seu país da destruição imposta pelos países imperialistas com a criação do estado fictício de Israel, que nada mais é do que uma maneira de o imperialismo se infiltrar no oriente médio, onde causa destruição e leva a população local à extrema pobreza e a ter que viver todos os dias sob a mira dos fuzis israelenses.