Nesta quinta (25), o Senado dos Estados Unidos da América (EUA), retirou o reajuste do salário mínimo do pacote de estímulo econômico de US$1,9 trilhão de dólares para o “combate à pandemia”. A promessa de campanha de Joe Biden (Partido Democrata), era de aumentar o mínimo de US$7,25 para 15 dólares a hora de trabalho. Mas não passava de jogo de cena, dado que o próprio Biden, que disse estar “decepcionado com o resultado”, rejeitou que os democratas contestassem a decisão no plenário do Senado.
Agora, após a queda do “grande mal” Trump, o “Plano de Resgate Americano” de US$1,9 trilhão de dólares teve a proposta de reajusta do salário mínimo bloqueada pelo Senado. Ou seja, na verdade o plano não era para os trabalhadores enfrentarem a crise, mas sim para salvar os capitalistas.
Isto explica a farsa da tese da luta contra o “mal maior”, que exigia a aliança dos setores ditos democráticos e que colocava o Congresso Nacional, tanto no Brasil como nos EUA, como os grandes defensores da “democracia contra o fascismo”. Na realidade, a função da “casa da democracia” é defender o regime de fome contra os trabalhadores, a ditadura neoliberal.
Outro aspecto importante neste é que o auxílio emergencial, que o grande democrata, defensor dos oprimidos, Joe Biden, havia prometido, de US$2.000 dólares, agora será de US$1.400 dólares. Atualmente o salário mínimo nos EUA é de US$ 7,25 a hora. Ao multiplicar este valor por 8 horas diárias e 28 dias, chega-se ao valor de US$1.624 dólares mensais. Ou seja, o auxílio emergencial de Biden é menor que um salário mínimo. O que faz com que os trabalhadores, no coração do capitalismo mundial, encontrem-se numa situação de penúria.
Nos EUA, o salário mínimo está congelado há 12 anos! Desde 2009, quando do último reajuste. Portanto, o reajuste para 15 dólares/h tem como objetivo corrigir o salário, que não repõe o aumento do custo de vida há mais de uma década! Mesmo assim, o “democrático” Senado vetou a proposta de aumento, demonstrando a disposição do setor mais liberal da burguesia em massacrar a população e extrair dela toda a riqueza que puder, como sanguessugas que matam o hospedeiro.
Deve ficar claro, com base nos dados e posições dos diferentes setores, que não há ala da burguesia disposta a garantir uma melhora efetiva de vida para a classe trabalhadora. Os interesses da burguesia dita liberal e democrática, com relação aos trabalhadores, são os mesmos da burguesia dita extremista e de extrema direita. Muito antes da disputa pontual que travam pela administração do Estado, são inimigos dos trabalhadores, lutam contra a classe operária. O episódio permite compreender a demagogia de Biden, uma prova do porque os trabalhadores e a esquerda não devem apoiar uma ala da burguesia contra a outra, pois nenhuma delas pode estar do seu lado.