Demagogia e repressão

Sem vacinar o povo, a burguesia encontra a “solução”: o lockdown

Em meio à atual catástrofe de saúde e a farsa completa da vacinação, a burguesia tenta apresentar alguma política de “combate” à pandemia, mas só aumenta a repressão

Na última semana o Brasil atingiu mais de 250mil mortos devido a pandemia de covid-19 com mais de mil mortos diariamente há mais de um mês, não só isso como houve um novo recorde neste sábado, a maior média móvel de mortes, que atingiu o valor de 1.180 brasileiros. Está mais do que claro que a situação está completamente fora de controle, o país se encontra em um estado total de calamidade econômica e de saúde, os leitos estão acabando até nos hospitais mais caros de São Paulo e os acontecimentos aterrorizantes de Manaus possivelmente serão o futuro de diversas cidades. Em meio ao caos total e sem nenhuma medida real de combate à pandemia para aplicar, a burguesia realiza mais uma manobra de propaganda em conjunto ao aumento da repressão, o chamado “lockdown”.

A pandemia no Brasil desde o princípio não foi enfrentada por nenhuma política real de Estado para tratar em massa a população. Países que investiram na saúde desde o princípio e que são muito mais pobres que o Brasil como Cuba, Venezuela e o Vietnã têm literalmente números de mortes milhares de vezes menores. Nestes países a vacinação será apenas o último tratamento que liquidará a pandemia, que por sua vez já estava muito mais controlada porque seus governos levaram a sério o combate ao coronavírus. Por outro lado no Brasil nada foi feito desde o princípio, os poucos hospitais de campanha construídos já foram fechados, o auxílio emergencial teve o valor baixíssimo e durou muito pouco, os despejos continuaram sendo realizados pela PM assassina e a classe operária seguiu trabalhando e pegando transportes lotados todos os dias.

A vacinação no início do ano foi apresentada como a grande solução, mas acompanhando a atenção dada à saúde pelos golpistas, de Bolsonaro a Maia e Doria, já era evidente que não existiria um programa real de vacinação da população. A propaganda foi feita, a Coronavac, pior vacina do mundo por ser a mais cara e menos eficaz, começou a ser timidamente aplicada em janeiro e após mais de um mês menos de 2% da população foi vacinada com as 2 doses necessárias. A esquerda ficou a reboque de Doria que utilizou da vacinação como campanha eleitoral para 2022 mas que não conseguiu sustentar uma vacinação em massa nem por 1 mês.

Agora ficou evidente que a burguesia brasileira não planeja nem vacinar a população, que morre literalmente aos milhares todos os dias, não há interesse real em arriscar a diminuição de um mínimo sequer de seus lucros bilionários para imunizar a população. A imprensa burguesa apresenta o problema como se fosse algo impossível de se resolver como se alguns governantes, como o fascista Doria, de fato se esforçassem para cuidar da saúde do povo. Nada poderia estar mais longe da realidade. No atual momento é difícil imaginar um problema maior para a população que a pandemia, talvez apenas o desemprego e a fome. Mas, da mesma forma que o governo golpista não tem interesse nenhum em acabar com estes problemas da população, não há interesse também em resolver a questão crítica da saúde, por isso adotam outras medidas.

O lockdown, nome estrangeiro para um amplo isolamento realizado com base na repressão, é uma das medidas mais baratas para serem aplicadas pela burguesia, principalmente quando ele é imaginário, como na maior parte dos casos. Na Europa por exemplo onde ele foi amplamente aplicado as fábricas não fecharam e em alguns casos nem as escolas, ou seja, aumenta-se a repressão nas ruas e poucas atividades paralisam de fato, em específico o lazer dos trabalhadores. No Brasil ele é mais farsesco ainda: em São Paulo ele foi decretado das 23h às 5h, ou seja, foi imposto um toque de recolher que não serve de quase nada para impedir a contaminação da Covid. Já em Santa Catarina ele será apenas nos finais de semana. Só que ao mesmo tempo em que estes estados impõem essa política repressiva, eles pressionam pela volta às aulas presencias de milhões de crianças e jovens, deixando mais do que evidente que é uma farsa completa.

A notícia mais recente foi a de um lockdown de 15 dias no Distrito Federal que afeta o lazer e o comércio e que foi enfrentado com manifestações de comerciantes por serem os mais afetados diretamente. A realidade é que essas medidas servem aos golpistas que governam o país para mostrar algum serviço no meio da gigantesca crise da pandemia em que estamos e que mesmo com um enorme esforço a imprensa burguesa não está conseguindo esconder. É uma medida que também aumenta o poder das forças de repressão, o que é cada vez mais essencial para que o regime golpista consiga controlar as tendências de mobilização das massas.

Fica claro que esse retorno do lockdown só acontece porque a vacinação em massa é uma farsa completa. Ao comparar o Brasil com países que de fato estão no caminho de vacinar a população, isso fica ainda mais claro. Na Rússia por exemplo, foi desenvolvida a primeira vacina contra a Covid do mundo que é mais barata e mais eficiente que a Coronavac (e possivelmente é a mais eficiente de todas as que foram desenvolvidas até hoje). Não só isso como o governo Putin pretende imunizar 70% da população em um ano, o que com a eficácia de mais de 90% da Sputnik V significa quase o controle total da pandemia.

Enquanto isso no Brasil não há nem sombra de vacina própria, há um constante boicote à entrada de novas vacinas devido às disputas entre os monopólios da indústria farmacêutica e as doses de vacina que de fato temos são importadas tão lentamente que na atual velocidade demoraríamos anos para vacinar a esmagadora maioria da população. Se estamos usando a Corovac, que é a pior vacina do mundo, deveríamos aprovar logo todas as outras que de uma forma ou de outra são melhores. Não só isso como devemos quebrar todas as patentes e iniciar a produção e vacinação em massa da população imediatamente em conjunto com outras diversas medidas de saúde, aos moldes do que foi feito em Cuba por exemplo. Contudo para o regime golpista só há uma solução para todos os problemas, reprimir ainda mais a classe trabalhadora.

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