A situação do Brasil torna-se cada vez mais explosiva. A crise política se intensifica, em consonância com a escalada no número de mortes pela pandemia do coronavírus e o aprofundamento da crise econômica capitalista. É visível que os governos golpistas, seja o governo do presidente fascista Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido), seja do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), não têm mais qualquer controle sobre o rumo dos acontecimentos.
Há mais de um mês, o país experimenta uma média de mortes acima de mil pessoas por dia. São mais de 260 mil mortes e dez milhões de casos confirmados, conforme os dados oficiais, reconhecidamente subnotificados e manipulados. Não há previsão para uma vacinação em massa. O governador João Doria, que tenta se travestir de “científico”, “razoável” e “antinegacionista,” buscou lançar uma vacina para fazer marketing pessoal de sua candidatura para 2022. Contudo, não passou de marketing, uma vez que uma parcela ínfima da população, mesmo em São Paulo, foi efetivamente imunizada. A chinesa Coronavac é praticamente a única vacina sendo aplicada, mesmo que tenha o menor índice de eficácia (50%) e seja uma das mais caras por dose.
Os jornais burgueses dizem que o Brasil tem cerca de 7,6 milhões de vacinados, o que corresponde a 3,62% da população. Entretanto, deve-se considerar que, na maioria dos casos, houve a administração de uma só dose da Coronavac. Este medicamento precisa de duas doses para ser eficaz. Isto é, os dados são inflados para passar um determinado tipo de impressão para a população e esconder o fato de que nada está sendo feito de verdade.
O Senado Federal aprovou um novo Auxílio Emergencial no valor de R$ 250,00. Serão pagos quatro parcelas do benefício entre os meses de março e junho. Somente um membro do núcleo familiar pode receber o benefício. Se o valor de R$ 600,00 era absolutamente insuficiente, o que dizer dos R$ 250,00 atuais, menos da metade? Este valor é incapaz de comprar até mesmo uma cesta básica no contexto de alta inflação, resultado da política econômica neoliberal dos golpistas.
A política de lockdown aprofunda o já grave problema econômico. É evidente que o povo não vai ficar em casa para morrer de fome. Os governadores “científicos” fecham tudo como fachada para dar a impressão de que estão tomando medidas enérgicas para conter a expansão da pandemia. Por sua vez, Bolsonaro faz demagogia contra o fechamento, porém não paga o Auxílio Emergencial que deveria ter o valor de pelo menos um salário mínimo vital de R$ 5.500,00.