Comprovando a ineficácia da política de quarentena, a Itália ultrapassou a China em número de vítimas fatais do Covid-19, nesta segunda-feira, 23 de março, com a marca de 6.077 vítimas fatais da pandemia. O número de contágios também aumentou 4.289, atingindo 50.418 pessoas infectadas, número 62% menor do que o país asiático com um pequeno detalhe: enquanto a China tem quase 1,4 bilhão de habitantes, a Itália mal passa de 60 milhões. Outras determinações podem e devem ser acrescentadas ao fato para melhor dimensionarmos o tamanho do problema. Enquanto a China é um país muito atrasado, a Itália é uma potência imperialista de primeiro escalão, uma das nações mais industrializadas e ricas do mundo. Como consequência da sua condição de país desenvolvido, a Itália disponibiliza à sua população um sistema de saúde muito mais eficiente em quantidade e qualidade do que o chinês. Igualmente proporcional ao estágio de desenvolvimento econômico nacional, toda uma infraestrutura sanitária que não pode existir em nenhum país atrasado do mundo é encontrado na Itália. Por tudo isso, salta aos olhos a discrepância entre os dados sobre a pandemia do Covid-19 nos dois países.
A exemplo de outros países, notadamente os EUA mas nem de longe os únicos, a explosão de contágios na Itália se esclarece pela falta de vontade dos governos, sobretudo os controlados pelas burguesias imperialistas, em lidar com o problema. De modo emblemático, sequer estão sendo feitos testes de maneira adequada. Tampouco a infraestrutura sanitária e hospitalar dos países mais ricos e desenvolvidos do mundo rapidamente colapsou sem que qualquer ação séria dos governos tenha sido tomada nesse sentido.
A China, por outro lado, a exemplo dos países que registraram avanços no combate a pandemia fez um controle rigoroso com uso intensivo de testes, que se realizavam constantemente. Profissionais da saúde tem destacado esse método como o mais eficiente para controle do contágio, na medida em que permite sair de uma posição reativa e orientar toda uma política de ação em regiões que apresentem uma tendência a desenvolver uma expansão do contágio, ao mesmo tempo que evita situações em que os pacientes cheguem ao atendimento no limite fatal , o que ainda induz ao engano sobre os dados da letalidade em proporção ao contágio e contribuem para o pânico. A política preventiva sob a base de testes constantes tem demonstrado sua eficácia na Cingapura e em Cuba.
Sob o comando de Bolsonaro, o Brasil não faz nenhum tipo de controle, de natureza alguma nos aeroportos, nas regiões de origem das infecções confirmadas, absolutamente nada que não seja reprimir a população e retirar direitos. Nesse sentido, demonstrando inclusive um oportunismo criminoso, o regime vem se aproveitando da crise para paulatinamente impor uma ditadura escancarada, disfarçada sob o argumento de proteção da saúde pública. O que a experiência internacional tem demonstrado como método efetivo é rechaçado pelo governo sob o argumento de que seria muito caro. O governo que dispensa mais de 140 bilhões de reais para banqueiros considerar qualquer coisa na vida caro seria um escárnio me situações normais. Quando se trata da vida da população, é também o mais contundente alerta de que o governo considera o povo um inimigo a ser dividido em duas categorias: os que serão escravizados e os que serão exterminados. É preciso derrubá-lo para impedir o genocídio.