Ontem, a imprensa capitalista dava conta de que a avaliação negativa do governo subiu 5%, alcançando a marca de 32%, segundo pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e realizada pelo Ibope.
Verdade seja dita, em abril o DataFolha já cravava 30% de avaliação negativa e aparecia como o presidente mais mal avaliado, considerando o mesmo período de tempo de governo, de todos os presidentes do Brasil após a Constituição Federal de 1988 entrar em vigor.
Mesmo considerando que as pesquisas são, em grande medida, um instrumento de pressão para conformar a opinião pública, não deixa de ser interessante ver captado o aumento da insatisfação entre evangélicos e entre os mais pobres que, num primeiro momento teriam votado e acreditado no governo de extrema-direita.
A palavra de ordem Fora Bolsonaro é uma das mais constantes nas manifestações e, mesmo, nas redes sociais. A imagem do Brasil foi completamente destroçada no exterior, onde é visto como um país que se pensa na Idade Média e que tem no governo malucos, torturadores, perseguidores de lideranças populares, de ativistas de movimentos sociais, ambientalistas, mulheres, negros, indígenas, que despreza a cultura e a ciência, que é capacho dos Estados Unidos.
Não à-toa, na reunião do G-20 deste ano, Bolsonaro aparece como uma sombra, como um fantasma, como um ser tóxico que todos evitam. Sem agenda e sem uma única reunião importante, o desprezível e desprezado Bolsonaro, precisou da ajuda da imprensa para tentar envernizar o zumbi que se tornou.
A imprensa nacional hoje repercute um encontro, também sem agenda séria, entre o presidente brasileiro e o presidente norte-americano, Donald Trump. Segundo reporta a imprensa golpista, Trump teria elogiado Bolsonaro:
“O presidente brasileiro é um homem especial, que está indo bem, é muito amado pelo povo do Brasil. E ele se orgulha da relação que tem com o presidente Trump”.
Sabemos que o presidente norte-americano é um tremendo gozador e que não leva muita coisa a sério (e talvez seja esse o motivo de admiração de Jair Bolsonaro ao bufão ianque), e, não raro, opina sobre coisas das quais nada entende. Aqui temos mais uma demonstração disso:
Bolsonaro não é amado pelo povo brasileiro, pelo menos 1 de cada 3 brasileiros considera seu governo, com apenas 6 meses de existência, ruim ou péssimo. Poucos são capazes de defender, com convicção a desgraça que assumiu o Planalto, embora deva-se admitir, e que tem conseguido provocar bastante confusão e desviar a atenção do povo para parte de seu projeto de destruição do país, de nossa soberania.
Aliás, não há motivo algum para gostar ou apoiar Bolsonaro. Nada de bom fez antes, nada de bom faz agora e nada de bom podemos esperar do fascista admirador de torturador. A economia vai para o ralo, o desemprego não para de crescer, a violência já aumentou, a censura está em pleno vigor, os setores mais explorados são cada vez mais perseguidos.
Bolsonaro é cada vez mais odiado. Sua família, seu partido, seus aliados, incluindo alguns pastores evangélicos e latifundiários, são motivo de preocupação e repulsa pela maioria da população.
Até o final do ano – se o governo Bolsonaro chegar até lá, provavelmente a própria imprensa golpista vai ter que mostrar o tamanho real da rejeição ao ex-capitão e a seu gabinete.