Neste mês, completa-se 1 ano em que as escolas tiveram suas aulas suspensas em decorrência da pandemia do coronavírus. Ao longo deste período, as fragilidades e deficiências do sistema público escolar foi escancarado para todos aqueles que não se recusam a ver evidenciado na ausência de condições materiais para o ensino remoto.
Nem escolas, nem professores e muito menos alunos tem acesso à internet da forma adequada para esta modalidade de ensino. Muitas vezes acesso algum.
A pressão pela reabertura das escolas coloca em evidência desta vez a ausência de condições sanitárias mínimas nos estabelecimentos escolares, premissa básica para que se possa falar em retomada de aulas presenciais.
Ainda em 2020, quando a desculpa da crise econômica em decorrência da pandemia ainda não se justificava, o Censo Escolar da Educação do Ministério da Educação (MEC) revelou que havia crescido o número de escolas públicas sem banheiro e sem internet de banda larga no período entre 2019 e 2020 .
Os dados apurados mostravam que em 2019, 3,5 mil escolas públicas não tinham banheiros, o que representava 2,4% do total. Este número saltou para 4,3 mil, 3,2% do total, em 2020. A internet banda larga não chegava a 15 mil escolas urbanas em 2019 (18,1%), e cresceu para 17,2 mil (20,5%) no ano seguinte. Além disso, 35,8 mil escolas seguem sem coleta de esgoto, 26,6% do total. Antes, eram 36,6 mil (27,1%).
A situação é mais grave à medida que analisamos por regiões. No norte e nordeste do Brasil a precariedade sanitária e digital aumenta.
É importante lembrar que os censos ou qualquer outro dado fornecido pelos governos golpistas estão distantes da realidade. Um censo escolar em 2021, se realizado e se confiável fosse, certamente mostraria que a situação de decadência se intensificou.
Além disso os levantamentos não apontam a condição de uso destes estabelecimentos. No caso dos banheiros apenas é indicado se há ou não há. No caso da água potável é se é abastecido ou não, sem levar em consideração de muitas vezes a rede existe, porém a água não chega como se vê em muitos casos.
Além da falta de estrutura apontada pelo Censo, dados da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) apontam que quase 6 em cada 10 prefeituras ainda não fizeram protocolos de biossegurança para reabrir as escolas. Protocolos estes totalmente ineficazes para conter o avanço da pandemia como se viu recentemente no estado de São Paulo.
Levantamentos independentes realizados em 2020 como por exemplo o “ melhor escola”, indicavam que apenas 46,7% das escolas públicas tinham acesso à saneamento básico.
O histórico abandono do sistema público foi agravado no governo Temer/ Bolsonaro uma vez que os investimentos públicos foram bloqueados pelas sucessivas medidas de restrição de gastos.
O que se têm é um total abandono do sistema educacional diante da emergência sanitária.
As pressões dos governadores e comerciantes pela retomada de aulas ocorre na maioria dos estados por conta do milhões de reais mensais que deixam de circular devido ao fechamento das escolas.
Fingem ignorar que o sucateamento da infraestrutura impede o recomeço em condições sanitárias adequadas. Falar em protocolo de segurança onde não há nem água encanada é uma falácia, o que se dizer da ausência de vacinas para toda a população.
A crise escolar não é novidade, a novidade é a desculpa da pandemia.
Os investimentos em educação só serão retomados em condições minimamente satisfatórias, quando governadores e presidente golpistas e genocidas forem retirados por força popular.
Tomemos as ruas por volta às aulas somente com vacinas e por um governo dos trabalhadores com Lula presidente .