O efeito da pandemia do novo coronavírus, deixou às claras a grande crise capitalista. Os clubes com maior poder financeiro, estão encerrando contratos, congelando salários e colocando no olho da rua centenas de funcionários. A situação é muito pior com os clubes de menor expressão, um exemplo, é o Paulista Futebol Clube, time de Jundiaí do interior de São Paulo para tentar continuar com as portas abertas e manter os salários dos funcionários, leiloou as medalhas da conquista de campeão da Copa do Brasil de 2005, no valor de R$ 10,00 por número.
O vírus paralisou todas as atividades esportivas no Brasil, todos os clubes se encontram em colapso financeiro. Além do aumento da crise por causa da pandemia, o futebol brasileiro sofre constantes ataques da burguesia e grandes empresas capitalistas, querendo implantar o “clube-empresa”, grandes monopólios controlando o futebol nacional e o lucro, além de ter o controle total do meio de produção de novos atletas.
Por todo o país, clubes grandes e de pequeno porte, negociam a redução de salários dos atletas, para muitos não existe salário, apenas ajuda de custo para transporte e alimentação, centenas de atletas têm seus contratos suspensos deixando jogadores desempregados.
Foi o caso de Jonatas Rey, deixou emprego certo em um hotel para tentar o sonho de jogador de futebol, atleta foi mandado embora em março no inicio da quarentena pelo Paragominas, clube do estado do Pará, onde atuou apenas três jogos, Jonatas, apenas conseguiu do clube R$ 90,00 de direito de imagem e nada mais.
Hoje o atleta está tentando receber o “auxílio do governo federal”, porém até o momento não recebeu nada como milhões de pessoas desempregadas, Jonatas, teve que se virar e atuar como entregador de hambúrguer em uma lanchonete, bico que foi concedido por um membro de sua família, Jonatas tira de R$ 30 a 50,00 reais por dia. Sua família vive hoje apenas das entregas do atleta, sua esposa é manicure porém também está desempregada e vive apenas da pensão dos dois filhos.
“A pessoa que me conseguiu esse serviço na lanchonete tem sido um anjo da guarda para mim”, diz o atacante.
Essa é a realidade da esmagadora maioria dos jogadores do futebol brasileiro, CBF não tem um política séria para conter as demissões em massa promovida pelos clubes no país. De acordo um estudo feito de uma consultoria da “Ernst Young” para a CBF, 55% dos atletas brasileiros ganham até R$ 1.000,00 de salário, ou seja, mais da metade dos atletas ganham menos de uma salário mínimo, centenas passaram a ganhar a metade de um salário mínimo, menos que R$ 600,00 e milhares estarão no olho da rua.
Os atletas fazem parte da classe trabalhadora, é o que mostra o estudo, são como os demais trabalhadores de outras categorias, ambos, ainda sofrem para tentar receber ao menos um salário mínimo, ambos, têm os mesmos direitos trabalhistas, ou seja, nas mãos dos golpistas é direito nenhum. Por detrás dos salários milionários que são pagos pelos grandes clubes que são comandados por grandes capitalistas, existem pessoas simples que, hoje, em meio a Covid-19, entrega hambúrguer para tentar sustentar a família, como milhares de trabalhadores operários no Brasil.