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Truque imperialista

Sem conseguir impeachment, imperialismo agora quer prender Trump

Parcela majoritária da burguesia "testa" ferramentas do aparelho de repressão contra ex-presidente fascista. Esquerda, em breve, estará, também na mira.

Uma parcela da burguesia americana está a querer punir, de toda e qualquer maneira, seu antigo fantoche, o ex-presidente Donald Trump. Após este ter escapado do impedimento por um triz, Trump poderá ser processado na justiça comum por ter “incentivado” a invasão ao Capitólio em janeiro.

Entretanto, isto ainda está em caráter de sugestão e não ainda não se confirmou. Certamente, a justiça americana e o Partido Democrata estão a estudar a melhor maneira de fazê-lo. Sabem muito bem que se não for escolhida a abordagem correta, pode ser que não só Trump escape também da justiça comum como reforce a imagem de que é um perseguido político, acentuando a polarização política que existe nos Estados Unidos.

Os Democratas e parcelas majoritárias da burguesia imperialista desejam reduzir a polarização. Sabem, mais do que ninguém, que estão sentados sobre uma montanha de pólvora prestes a explodir.

O Federal Bureau of Investigation (FBI), a polícia federal norteamericana, que investiga a invasão ao Capitólio, afirmar, até agora, não investigar Trump pelo “atentado”. Todavia, já procuram, na fala de uma suspeita indícios para tal. Segundo ela, estaria esperando uma “ordem” de Donald Trump. Todavia, isto é bastante frágil. Ela esperar uma “ordem” não significa que Trump tivesse mandado coisa alguma, mas que ela colocou, em sua própria cabeça, que ao invadir o Capitólio, estaria participando de uma “revolução” em prol do ex-presidente.

Na Geórgia, procuradores estão a investigar se Trump havia ou não intervindo numa tentativa de revisão do resultado eleitoral. Segundo os investigadores, Trump teria pedido ao Secretário de Estado da Geórgia para “encontrar” votos e reverter as eleições. Porém, este processo é um tanto complicado. Trump pode muito bem alegar que “encontrar votos” não se configura como “criar votos”, mas simplesmente verificar se houve votos que não foram contados.

Já no estado de Nova Iorque, os procuradores tentam encontrar fraudes nos negócios de Donald Trump. A investigação data da época que ele ainda era presidente. Certamente, o processo, que antes seria uma maneira de tentar encontrar provas para chantagear Trump, agora é mais uma maneira de persegui-lo. O objetivo claro e óbvio é que, se não conseguirem prender Trump, tentem jogar sua reputação na lama ou persuadi-lo a calar-se completamente.

É impossível não ver as semelhanças entre a perseguição contra Trump e a perseguição feita contra a esquerda brasileira (Dirceu, Genoíno, Lula, e outros). Isto não quer dizer que Trump e Lula sejam iguais. Pelo contrário, são completamente diferentes. O que há de similar aqui é que ambos são perseguidos pelos setores mais economicamente agressivos da burguesia imperialista.

Portanto, o que se tem aqui não é, de modo algum, uma defesa da figura de Donald Trump, mas a constatação de que o imperialismo atacará toda e qualquer pessoa que não agir em seu interesse. Para a esquerda, é necessário se opor a este ataque aos direitos de Trump, pois tudo que advir disto será a legitimação de um estado de repressão total e absoluta a qualquer voz dissonante do que está estabelecido pelo imperialismo.

O sucesso dos imperialistas contra Trump significará, sem sombra de dúvidas, o fortalecimento dos ataques contra a esquerda mundial.

Para facilitar o entendimento, tenhamos que, em um momento futuro, um movimento popular e de massas, como o movimento de negros ou de mulheres, invada um prédio público nos Estados Unidos. Todo aparato que está sendo “testado” contra Donald Trump será implementado com fluência bastante maior contra os representantes populares.

Como já afirmamos diversas vezes neste Diário, “pau que dá em Chico, dá em Franscisco”. Se a repressão ataca um ex-presidente dos Estados Unidos, fica óbvio que o fará com muito maior fúria e violência contra a esquerda e os movimentos de massa. Seria um total descalabro pensar o contrário.

Donald Trump não é a causa da polarização nos Estados Unidos, ele é o resultado desta. A polarização política surge a partir da crise capitalista, que vem desde 2008.

A política beligerante adotada pelos governos dos Estados Unidos, sejam Republicanos quanto Democratas, criou uma grande crise no país. Fica claro que o país fracassou nas invasões a Iraque e Afeganistão e que gasta uma soma enorme de recursos para manter o estado de golpe permanente em países da América Latina.

A conta chegou e os Estados Unidos se encontram em grande crise econômica e, por conseguinte, política. Para tentar resolver o problema interno, a burguesia imperialista aposta em duas frentes.

Na primeira, tentam acabar com um dos frutos da crise, Donald Trump e a extrema-direita. O mesmo aconteceria se a esquerda tivesse se levantado. Todavia, a submissão da esquerda americana à política da direita, como um cavalo a perseguir uma cenoura, faz com que a burguesia nem se dê ao trabalho de atacá-la, o que a permite forcar-se em destruir Trump.

A segunda frente ficou clara em artigo do próprio Joe Biden em março de 2020. O objetivo do seu governo é, sob ordens da burguesia, tentar restaurar o padrão de vida dos cidadãos norteamericanos. Como o mundo enfrenta uma grande crise e os recursos estão cada vez mais escassos, Biden aponta na direção do ataque às economias dos países de capitalismo atrasado. Para isso, há o claro plano de desmontar as indústrias nacionais no mundo todo e enchê-los de produtos americanos e de tomar os recursos naturais desses países.

Os obstáculos no caminho de Biden são a China e a Rússia. A primeira tem capacidade industrial para roubar os mercados dos norteamericanos. Já a Rússia tem exército e organização para impedir boa parte dos avanços militares dos Estados Unidos, especialmente sobre Venezuela e Irã.

Portanto, a esquerda deve estar atenta aos ataques a Trump. Não pensando de maneira pessoal contra Trump, mas em toda movimentação do imperialismo que ocorre por trás destes. Deve-se combater os ataques aos direitos de Trump, não no sentido de simplesmente defender a figura do ex-presidente americano, mas de impedir o avanço do estado de repressão, que, mais do que certamente, voltar-se-á contra a esquerda e os movimentos populares em futuro próximo.

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