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Eleições 2020

Segundo turno: manipulação, fraude e capitulação da esquerda

Direita prepara mais fraudes no segundo turno para manter o controle do regime político

Em um caso clássico onde a mensagem deve se sobrepor ao mensageiro, o famigerado Roberto Jefferson usou as redes sociais para apontar uma discrepância altamente suspeita envolvendo as pesquisas de opinião e o resultado das eleições em Porto Alegre.

“Pesquisas do Ibope e do DataFolha no sábado mostravam Manuela D’Ávila com 40% e Sebastião Melo com 25%. Aí sai o resultado e dá Melo com 31% e Manuela com 29%. Onde foram parar os votos descritos por Ibope e DataFolha um dia antes?”, questionou o presidente do golpista PTB.

Naturalmente, a pesquisa é uma farsa. O próprio Roberto Jefferson postou mensagem nas redes sociais dizendo que “algo tem que ser feito contra pesquisas fake“. Porém, se “pesquisas fake” protocoladas junto ao TSE são possíveis (e quem em sã consciência discordaria?), outra possibilidade fica em aberto para justificar a discrepância: o roubo descarado de votos.

Esquerda perde votos

Nesse cenário, um dia antes das eleições, a candidata do PCdoB poderia ter 15 pontos percentuais de diferença em relação ao emedebista, tendo então “os votos descritos por Ibope e DataFolha” ido parar na manipulação das urnas contra a esquerda.

Outros locais apresentaram discrepâncias significativas. Em Belém, no dia 14/11, as ilibadas pesquisas apontavam Edimilson Rodrigues (PSOL) liderando as intenções de voto com 38%, seguido por Priante (MDB) 17% e Delegado Federal Eguchi (PATRIOTA) em terceiro lugar, com 13%. Ainda, 3% não sabiam ou não responderam. Eis que nas urnas, a disputa na capital paraense coloca o psolista em primeiro lugar porém com quase 4 pontos percentuais a menos, 34,22%. Indo ao segundo turno contra Edimilson Rodrigues, Eguchi do PATRIOTA com 23,06%

Nas duas capitais, a esquerda experimentou uma queda, mais ou menos expressiva, na distância entre as pesquisas de opinião e o número de votos registrados nas urnas. Contudo, em uma capital, houve um movimento diferente. Trata-se de São Paulo.

Esquerda “ganha” votos

Aparecendo com 38% dos votos válidos até o dia 14/11, Bruno Covas (PSDB) liderava as pesquisas para a reeleição, seguido por Guilherme Boulos, do PSOL, até um dia antes do 1º turno das eleições, aparecia com 16% das intenções de voto.

Com a margem de erro em 3 pontos percentuais, Boulos tinha então um virtual empate técnico com Celso Russomano (13%) e Márcio França (13%), respectivamente, candidatos pelo Republicanos e o PSB.

Nas urnas, Bruno Covas, teve, oficialmente, 32,85% dos votos paulistanos, seguido por Boulos com 20,24%. Márcio França manteve a faixa de votos indicados na pesquisa, 13,64% e Russomano desponta no limite da margem de erro, com 10,5%.

Não faltaram elementos concretos para colocar em dúvida a credibilidade das eleições municipais deste ano.

O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), atropelando o direito democrático e constitucionalmente garantido de manifestação, proibiu os atos de rua durante as eleições, com o presidente do TRE, Frederico Neves, defendendo abertamente que a polícia fosse usada para impedir, pela força, as pessoas de se manifestarem.

O desembargador afirmou ter recebido a redação do ofício no mesmo dia, mas decidiu colocar como prioritária a discussão da pauta. Neves chegou a dizer que não poderia dormir sem propor à Casa a proibição dos atos de rua.

Na leitura da resolução arbitrária, inconstitucional e ditatorial aprovada pelo TRE-PE, o presidente da Casa mostrou concordância com o seguinte artigo: “Os juízes eleitorais, de ofício ou por provocação, no exercício do poder de polícia, deverão coibir todo e qualquer ato de campanha que viole as disposições desta Resolução, podendo fazer uso do auxílio de força policial, se necessário”.

Em outra capital nordestina, Salvador, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), desembargador Jatahy Júnior, resolveu lembrar-se da pandemia e, como num passe de mágica, decidiu que deveria dar um fim às aglomerações “causadas” pelas eleições. Assim, foram proibidas todas as atividades de rua e os candidatos que utilizassem a internet para fazer “campanha”. Segundo a resolução emitida monocraticamente, como numa ditadura, foram proibidas atividades presenciais como comícios, carreatas, passeatas, etc.

Ressaltando a característica ditatorial da eleição, ainda em Salvador, fiscais da estação da Lapa, um dos mais movimentados terminais rodoviários do Brasil, tentaram impedir a panfletagem de militantes do Partido da Causa Operária e do PT.

Os fiscais da “Nova Lapa”, empresa ligada a família do prefeito golpista ACM Neto (DEM) e que “ganhou” a concessão de administração da estação da Lapa por 35 anos, agem como verdadeiros capatazes do fascista ACM Neto, indo além de suas atribuições.

Os casos verificados no Nordeste somam-se a diversas manobras prévias, como as que tiraram o tempo de rádio e TV nas estações de concessão pública e reduziram o tempo de campanha, o PCO teve quase todas as suas candidaturas atacadas pela justiça eleitoral.

Em Maceió, o Partido sequer pode registrar sua chapa, tendo que enfrentar uma verdadeira batalha para garantir o direito dos trabalhadores da capital alagoana, de ao menos conhecer de maneira oficial, a proposta operária para as eleições.

Em praticamente todas as cidades, de Norte a Sul do País, as candidaturas do Partido tiveram de enfrentar a censura. Seja nas intervenções ocorridas, nos debates onde candidatos do PCO conseguiram participar, seja na sumária exclusão dos candidatos do Partido em outros debates, a censura mostrou-se uma prática recorrente. E em muitos casos, com o silêncio cúmplice da esquerda.

A capitulação dos principais partidos da esquerda brasileira, que aceitaram as eleições tal como se desenvolveram, mesmo diante de flagrantes abusos que denunciavam o caráter fraudulento do processo eleitoral, revelou o motivo destes partidos terem fracassado miseravelmente na luta contra o Golpe de 2016, contra a prisão do ex-presidente Lula, contra a campanha presidencial que elegeria Bolsonaro em 2018 e na atual permanência de seu mandato.

Mesmo com candidatos ruins, a esquerda ainda tem um apoio político muito expressivo da classe trabalhadora, o bastante para justificar mais manobras e fraudes do que as inicialmente planejadas.

Esta caracterização precisa ser considerada para uma compreensão mais precisa do momento político que o País atravessa, com o papel desempenhado pelos trabalhadores no sentido aprofundar a crise do regime político, e a política a ser tomada para encaminhar as lutas em andamento para um desfecho favorável à classe trabalhadora.

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