Os primeiros sinais que os trabalhadores tomam a direção contra os regime de extrema-direita instalado pelo imperialismo no Brasil foram os gritos contra Bolsonaro no carnaval. Após o governo federal anunciar grandes cortes no orçamento da educação, os movimentos estudantis saíram à rua no dia 15 de maio, com grande participação da população em geral, em atos diretamente contra Bolsonaro. Uma grande adesão à manifestação incentivou outros protestos, como o do dia 30 de maio e a greve geral do dia 14 de junho.
Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), esta semana os estudantes decidiram aderir a força trabalhista e ocupar a reitoria da universidade, o movimento não é somente contra os cortes de verba proposto pelo governo federal, mas contra todas os retrocessos que vêm sendo implementados desde o golpe de estado dado contra a presidente Dilma Rousseff, o Partido dos Trabalhadores e principalmente contra o povo brasileiro e sua soberania. Não é só a ‘reforma’ da previdência, a ‘reforma’ trabalhista, o corte na educação; é todo o sistema de governo da direita.
Apesar de ser importante verbalizar a insatisfação contra os ataques da burguesia, normalmente manifestações de rua são violentamente reprimidas pela polícia militar. Somado à isso, o ministro Abraham Weintraub quis proibir atos de propaganda e agitação política em dias de semana. O controle fascista sobre as universidades é também imposto nas áreas administrativas, e.g. os reitores das universidades são indicações do governo, e mesmo que os estudantes escolhem por voto um reitor, o voto é apenas indicativo, portanto o governo pode escolher a revelia dos estudantes o reitor que mais se encaixa a política fascista. Existe um verdadeiro aparato burocrático burguês sobre as universidades, estrangulando completamente os movimentos estudantis, e cada vez mais controlado pela extrema-direita.
“A adoção de outras formas de atuação política não substituem a necessidade e poder dos atos de rua, mas, servem como seu combustível, e também como potencial articulador dos mesmos.” Carta dos estudantes que ocuparam a reitoria da UFRN. A tática de ação direta, ou seja, de ocupação da reitoria foi em partes inspirada nos movimentos secundaristas em 2016 e decidida em conjunto com os estudantes que participaram da ocupação. A estratégia tende a ser mais eficiente que apenas protestos nas ruas, por além de afetar mais o cotidiano do maquinário burocrático da reitoria, cria uma clivagem maior entre os estudantes e o governo do fascista Bolsonaro, assim como demostrado pelos estudantes secundarista em 2016 ao ocuparem as escolas. Outro fator importante é o aprendizado politico adquirido pelos estudantes em uma ocupação. É preciso que a União Nacional dos Estudantes (UNE) incentive também a ocupação nas demais universidades em todo o país, e que os estudantes pressionem UNE para tomar posições mais radicais contra o governo.