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Retorno apenas com vacina!

Secretaria da Educação de MT pressiona pela volta às aulas

Com o retorno presencial, o governador tenta tirar de si a responsabilidade pela segurança da vida dos estudantes

A pandemia em Mato Grosso, assim como nos demais estados do país, não apresenta nenhum sinal de melhora. A indiferença do governador Mauro Mendes aos anseios da classe trabalhadora frente ao colapso social causado pela ausência de políticas públicas coloca a população Mato-grossense em situação de total precariedade durante a pandemia. Na educação, em especial, o governador, que é um empresário bolsonarista, a Secretaria de Educação – SEDUC, e o secretário de Educação Alan Porto, que é engenheiro e nada entende sobre ensino, tratam com total descaso as necessidades dos alunos e dos trabalhadores da educação.

Em tempos de pandemia, todos os estudantes deveriam ter acesso ao ensino, mesmo que remotamente. Todos os discentes e professores deveriam ter dispositivos e conexão cedidos pelo estado, mas o governador e o secretário de educação preferem investir em informar nas mídias estaduais a falsa propaganda de que o ensino do Mato Grosso não é impecável por culpa dos professores, a investir verdadeiramente em fazê-lo funcionar.

Como tentativa de ‘normalizar’ a pandemia enquanto a população morre sem tratamento de saúde, o governador ensaiou um possível retorno presencial das aulas em fevereiro, independente das novas cepas descobertas, porém o aumento dos índices de contaminação no Estado e o posicionamento dos pais e da comunidade contra o retorno presencial levou o governador a recuar.

Mauro Mendes decidiu impor aos profissionais da educação o chamado “Sistema híbrido de Ensino”, que na verdade são aulas presenciais intercaladas. No sistema híbrido, os educadores devem aplicar o “Plantão Tira-Dúvidas”, no qual o professor atende diariamente cinco alunos em aulas presenciais, atividade que expõe o professor e o estudante ao risco de contaminação. Principalmente o estudante, pois este precisará se deslocar em transportes públicos lotados e poderá voltar para a sua família contaminado, como vetor do vírus.

A aplicação do chamado ensino híbrido também exigiria a contratação de mais educadores, afinal, não é possível ao professor ensinar de modo remoto e atender alunos presenciais simultaneamente. Porém o Governador do estado vai na contramão desta necessidade. Não ampliou a contratação de docentes interinos, os quais são perseguidos por Mauro Mendes desde o início de seu mandato, e sobrecarregou os professores efetivos com mais demandas infrutíferas.

Por conta da não contratação de professores interinos, as escolas estaduais, boa parte delas, iniciaram o ano letivo sem o quadro de docentes fechado. Algumas sem professor nenhum, pois a secretaria do estado, presidida pelo engenheiro Alan Porto, simplesmente postergou, sem apresentar justificativas, a contratação dos docentes por quase duas semanas enquanto promovia em suas redes sociais propagandas de que as aulas remotas haviam se iniciado normalmente. E os interinos apenas tiveram acesso à plataforma virtual de ensino remoto três semanas após o início do ano letivo. O resultado direto disso, como todos sabem, é a defasagem no ensino.

Já os estudantes, até a semana anterior ao início das aulas, não sabiam como acessariam a plataforma do Google Sala de aula, mesmo com a Secretaria do Estado, SEDUC, divulgando em suas redes sociais que todos os alunos teriam seus e-mails institucionais antes do início do ano letivo. A verdade é que o acesso ao estudante para a plataforma apenas foi disponibilizado em um domingo, na noite que antecedeu o primeiro dia de estudos remotos, o que causou confusão entre os estudantes, pois vários não conseguiram participar das aulas.

Mesmo com toda a desorganização, a SEDUC, em suas redes sociais, tenta passar uma imagem de mundo das fantasias, onde tudo é supostamente perfeito. A secretaria de educação promove em suas mídias a falsa sensação de que há um plano de contenção da doença nas escolas, o que não passa de uma mentira. De fato, estamos na pior fase da pandemia desde quando se iniciaram as contaminações pelo coronavírus, sem vacina, sem testes, sem hospitais, sem qualquer tipo de segurança ao trabalhador.

Um exemplo do alto índice de contaminação no estado são os adoecimentos por covid-19 recorrentes dos trabalhadores da educação. Com a imposição do comparecimento presencial dos professores para as aulas remotas, ocorreram surtos de contaminações em escolas e assessorias pedagógicas, como por exemplo, na Cidade de Várzea grande, onde aconteceram surtos da doença e vários educadores testaram positivo para a covid-19 com a retomada trabalho presencial.

É fato que as escolas não estão preparadas para conter a proliferação do vírus, muito menos para possibilitar aos professores a execução das aulas remotas com o mínimo de qualidade, pois a realidade das instituições de ensino mato-grossenses é de total desmonte. Não há computadores, nem internet na maioria dos espaços escolares. Quando muito, a conexão wifi funciona apenas na secretaria escolar e na sala dos professores, porém aglomerar todos os docentes de uma escola em uma única sala em tempos de pandemia seria assassinato declarado.

A verdade é que a Secretaria de Educação e o Governador do estado apenas promovem um teatro da pandemia. Encenação de que algo tem sido feito, quando nada fazem. Postam em redes sociais notícias de que as escolas receberam verbas para aquisição de álcool e máscaras aos alunos, porém os 250 mil mortos, em números oficiais, no país são prova de que apenas álcool e máscaras não salvarão os estudantes e os trabalhadores da educação. Apenas a vacinação para todos e a testagem em massa será capaz de conter a pandemia e, enquanto todos não estiverem vacinados, qualquer ensaio de retorno presencial é uma política genocida contra a população.

As estratégias de manipulação de informações promovidas pelo governador e pela SEDUC nas mídias estaduais e redes sociais têm o único propósito de atacar quem trabalha no sistema de ensino e promover o retorno dos alunos às aulas sem que o estado tome qualquer responsabilidade pela segurança dos estudantes, das famílias dos estudantes e dos educadores.

Ao contrário do que acusa o governador bolsonarista, os professores seguem trabalhando em cargas horárias ainda mais exaustivas e custeiam a totalidade das despesas inerentes ao seu trabalho remoto (internet, iluminação, residência, dispositivos). A ação do governador em exigir que os educadores lecionem remotamente desde o chão da escola, a qual não apresenta condições de biossegurança adequadas é apenas mais uma estratégia política de perseguição e de jogar para a plateia o pensamento coletivo de que, em casa, remotamente, os docentes não trabalham.

Junto a isso, tentando persuadir a população a abraçar a proposta de retorno presencial sem vacina, o governador tira de si a responsabilidade pela segurança da vida dos estudantes e executa seu plano genocida de ‘promover a rotina da normalidade’ em tempos de pandemia, para que as aulas presenciais fomentem toda uma cadeia econômica que está parada; de modo a sacrificar, mais uma vez, a família dos trabalhadores em prol da economia com o objetivo de manter os lucros dos capitalistas. Apenas a mobilização e organização social poderá conter tais investidas. A população precisa se munir de tudo que tiver ao seu alcance e não aceitar o retorno presencial das aulas enquanto não houver vacina para todos.

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