Na última sexta feira, 19, os rodoviários de Aracaju realizaram uma grande paralisação no centro da cidade, protestando contra a demissão dos cobradores de ônibus, deflagrada desde o início da pandemia, em março de 2020, e o não pagamento de benefícios e salários por parte de seus empregadores. Além da concentração dos veículos em grandes avenidas, os trabalhadores realizaram passeatas.
Parte dos veículos teve seus pneus esvaziados ou furados. Como reação a essa medida, os patrões, representada pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros da capital (Setransp), apesar de dar o calote nos trabalhadores atrasando salários, não depositando o Fundo de Garantia por tempo de Serviço (FTGS) já vem se mobilizando em várias frentes, para jogar a culpa de suas atitudes criminosas contra os trabalhadores, inclusive pela demissão dos cobradores, além de colocar para a população, ônibus em condições precárias e que, invariavelmente circulam superlotados, querem colocar a culpa nos trabalhadores, os mesmos que são feitos de escravos.
Ao mesmo tempo, utiliza o judiciário, nesse caso o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), para coagir os trabalhadores, com a obrigatoriedade do retorno de 70% da frota, ao mesmo tempo em que afirmam não possuírem condições no momento, por causa da queda nas receitas.
Em caso de descumprimento da ordem judicial, o Tribunal Regional do Trabalho (que oprime os trabalhadores, enquanto afaga a burguesia), estipulou uma multa diária de 65.000 reais ao Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Aracaju (Sinttra).
No entanto, diante de uma importante luta dos trabalhadores, o sindicato se esquivou da luta que os trabalhadores vem fazendo, diante da atitude criminosa dos patrões. A atitude da sua direção, a exemplo de inúmeros sindicatos no país, que preferiram ficar em casa, enquanto os trabalhadores encontravam as portas fechadas dos sindicatos, numa capitulação sem precedente não assumiu a luta travada por esses trabalhaores, dizendo não ter nada a ver com a manifestação dos condutores.
Os trabalhadores estão, portanto, isolados em sua luta, apresentados como vilões à população por parte dos seus patrões, que vivem à beira da ‘‘falência”, ( roteiro recorrente em diversos centros urbanos espalhados pelo país, a fim de não cumprirem com o que eles próprios prometem pagar), ao mesmo tempo em que recebem todas as benesses possíveis da estrutura estatal, a exemplo dos R$ 1,2 trilhões ofertados em 2020.