Por Izadora Dias
Um grande debate levantou-se em torno da defesa por parte do Partido da Causa Operária das manifestações, criticando os cancelamentos dos atos da esquerda. O governo tem colocado a responsabilidade de evitar a propagação do vírus nas mãos da população causando pânico e histeria. E na prática, proibiram aglomerações com mais de 500 pessoas e estão atacando os direitos democráticos, declarando guerra contra o povo e impondo toque de recolher.
Mas a questão é: a classe trabalhadora poderá ficar em casa e evitar as aglomerações dos metrôs, trens e ônibus que continuam lotados? E para piorar, as gestões estão diminuindo as frotas do transporte público em vez de aumentar.
As pessoas que precisam trabalhar, não têm a opção de seguirem as recomendações e ficarem em quarentena, as empresas já foram autorizadas a diminuir as jornadas de trabalho e diminuir salários, as que não fizerem isso, demitirão em massa e outras precisarão ainda mais dos operários, pois quem produzirá e transportará os produtos consumidos histericamente no momento e os produtos essências para os hospitais e farmácias?
O saneamento da água, a manutenção das redes de energias e internet são feitas por trabalhadores. Se eles pararem, tudo para. E nem que eles quisessem ficar em casa, poderiam. Os Correios recorrerão ao STF para impôr que os trabalhadores da empresa não possam parar durante a pandemia e com certeza essa medida será estendida para outras categorias. Isso mostra que quem tem que fazer algo para evitar o largo raio de destruição da contaminação, não são os trabalhadores e sim o governo.
Mas pelas medidas até agora tomadas, não dá pra confiar no governo bolsonarista. Os hospitais superlotados resultarão num colapso da saúde pública e privada, até pessoas com outras doenças não conseguirão ter atendimento e tratamento médico. A pandemia do coronavírus coloca em prova muitas questões como o direito democrático, a produção nacional, a democracia, o sistema econômico e político e claro, o sistema de saúde. Com o colapso social em curso, ficarão todos em casa esperando a morte?
A campanha do ficar em casa reforça uma tentativa da burguesia de controlar as massas de reivindicarem os direitos fundamentais para a sobrevivência do povo que na situação dada só tem uma saída, lutar nas ruas.
Ficar em casa é esperar por medidas satisfatórias do governo Bolsonaro diante a crise. É esperar que esse capitalismo decadente, que já mostrou que não pode resolver as necessidades do povo, resolva o problema. Ficar em casa, para as pessoas que precisam trabalhar para viver, é o mesmo que parar para esperar a morte.
Abaixo publico um vídeo de denúncia da verdadeira situação dos trabalhadores diante o descaso criminoso do governo: