Em 11 de dezembro de 2018, na reunião do Conselho de Política Ambiental, da Secretaria de Meio Ambiente e Política Sustentável de Minas, em que se discutia a ampliação das atividades do complexo Paraopeba, o Ibama de Minas Gerais alertou expressamente sobre o risco de rompimento da barragem de Brumadinho em caso de negligências.
Segundo o representante Julio Cesar Dutra Grilo, a população de Casa Branca “está preocupada com toda razão. Muita gente aqui citou o problema de Mariana (se referindo à tragédia anterior), de Fundão, e vocês têm um problema similar. E ali é o seguinte, essas barragens não oferecem risco zero. Em uma negligência qualquer de quem está à frente de um sistema de gestão de risco, aquilo rompe. Se essa barragem ficar abandonada alguns anos, ela rompe, e isso são 10 milhões de metros cúbicos, é um quarto do que saiu de Fundão, inviabiliza Casa Branca. Então, isso é muito importante.”
Isto mostra que uma das maiores mineradoras do mundo, a Vale, privatizada pelo governo Fernando Henrique Cardoso por um décimo de seu valor, tinha as informações necessárias para tomar as providências adequadas e impedir o rompimento da barragem de Brumadinho. Mas este tipo de gasto, com a segurança da estrutura, não interessa aos capitalistas, porque diminui seus lucros. O desastre, portanto, está na conta de uma empresa privatizada. Sua direção sabia dos riscos e não fez nada, devendo, por esta razão, ser responsabilizada pela morte de centenas de pessoas e pela devastação de uma cidade inteira.
Mas isto não basta. A Vale é uma empresa brasileira, exploradora das riquezas do povo brasileiro e deve ser reestatizada para prevenir outros desastres desse tipo e garantir um futuro melhor para toda a nação, sua verdadeira proprietária.