A esquerda pequeno-burguesa do Brasil conseguiu um novo e brilhante feito. Não satisfeitos coma preguiça e a covardia que lhes são triviais, conseguiram entregar o ato de 1º de maio para a direita.
Mesmo com a pobreza crescente, o desemprego, a fome e a pandemia aos quais está submetida a classe trabalhadora, as burocracias sindicais resolveram humilhar cada trabalhador do país ao convidar os inimigos do povo, Fernando Henrique Cardoso, Rodrigo Maia e João Doria para participarem de um farsesco ato virtual em pleno 1º de maio.
Enquanto o povo é exposto à doença e tem de encarar a dura realidade de ônibus e metrôs lotados, salários de fome, dentre outros problemas, vê-se um grande espetáculo macabro daqueles que deveriam representar a organização dos trabalhadores em conluio com os grandes causadores de toda a desgraça que recai sobre o povo.
A tal live unificada (com os golpistas) de 1º de maio foi um fiasco completo. A desmoralização foi tamanha que a fala do ex-candidato à presidência pelo PT, Fernando Haddad, foi assistida ao vivo por apenas 91 pessoas. Este número prova que nem mesmo a burocracia sindical e dos partidos de esquerda levaram a sério tal ato. Pelo contrário, é possível perceber que vendo a repercussão negativa, fizeram o máximo para se esconder de tamanho vexame.
A extrema-direita, que de tola tem nada, sabe que o real poder vem das ruas. Por isso, organizou atos em diversas capitais. Não que estes atos tenham sido de grande envergadura. Pelo contrário, foram miúdos e há denúncia de que os manifestantes foram pagos para estar lá. Todavia, dada a falta de competência e a preguiça mórbida da esquerda, os atos da direita causaram algum impacto, especialmente pela cobertura especial dada pela imprensa burguesa.
A esquerda burocrática e pelega conseguiu o “feito” de perder as ruas para a direita. Uma vergonha completa e total. Mais do que isso, a política covarde e capituladora coloca sistematicamente toda a luta dos trabalhadores a perder.
O 1º de maio é não apenas um feriado, mas um data que simboliza a luta de milhões de homens e mulheres no mundo inteiro pelos seus direitos. Por isso, deve ser tratado com o mais amplo cuidado e organização. Entregar as ruas e o 1º de maio à direita fascista é, por sua vez, rir da desgraça do povo e fazer troça do sacrifício de trabalhadores e trabalhadoras que lutaram aguerridamente por seus direitos.
O vexame só não foi completo porque uma parcela combativa da esquerda entendeu a necessidade de sair às ruas e tomou uma atitude de vanguarda na defesa dos direitos da classe trabalhadora, realizando um histórico de 1º de maio na Praça da Sé em São Paulo. Estiveram presentes quase 2 mil pessoas, fazendo deste o maior ato durante a pandemia.
Caravanas de todo país juntaram-se aos companheiros do PCO em São Paulo e fizeram o mais forte e vigoroso ato em defesa das reivindicações da classe trabalhadora desde o início da matança do povo brasileiro pelas políticas genocidas dos governos federal, estaduais e municipais.
Estiveram presentes no ato não apenas a militância do PCO, mas membros dos Comitês de Luta, Frente Nacional de Lutas (FNL), Central de Movimentos Populares (CMP) e outros tantos movimentos.
Assim como já havia ocorrido nos atos de 31 de março, o 1º de maio foi, de fato, um ato classista, composto majoritariamente pelas bases populares. O povo está cansado das intermináveis lives, quer travar uma luta real contra seus inimigos de classe, e mostrou isso no último sábado.
Se não for substituída imediatamente a política de capitulação e oportunismo patológico da esquerda por uma política real de mobilização popular, ver-se-á uma vitória acachapante do fascista Jair Bolsonaro e dos golpistas em 2022. O medo, que hoje não passa de preguiça, será real se Jair Bolsonaro ganhar mais quatro anos. Isto tem de estar muito claro na cabeça de todos.
O único caminho para vencer o governo golpista e restaurar os direitos dos trabalhadores é através de uma verdadeira e ampla mobilização das massas, sem demagogos e a direita. O ato de 1º de maio na Praça da Sé mostrou que o povo quer se mobilizar, quer derrubar o governo ilegítimo do fascista Jair Bolsonaro.
É hora de reivindicar a vacina para todos através da quebra das patentes. Enquanto os países ricos monopolizam as vacinas, a classe trabalhadora dos países pobres morre como moscas.
Também é necessário mobilizar o povo por um auxílio emergencial de, pelo menos, um salário mínimo, pela redução da jornada de trabalho para que todos possam trabalhar.
Por isso, o PCO já conclama a todas as organizações de esquerda do país e irem às ruas no 3 de julho na Avenida Paulista, em São Paulo. Está na hora da esquerda sair do seus já abaulados sofás e mostrar sua combatividade. Qualquer coisa diferente disto resultará numa das mais históricas derrotas de toda classe trabalhadora.