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Frente Ampla

Se DEM no Rio de Janeiro, por que não PSDB em São Paulo?

Se aplicarmos a mesma lógica da frente ampla para combater o bolsonarismo no Rio de Janeiro, para São Paulo, o candidato tucano Covas e não Boulos é quem deveria ser apoiado

O resultado das eleições está mostrando um resultado da despolitização das eleições municipais e da política da frente ampla. Os grandes vitoriosos dessas eleições é a direita golpista. Os partidos que mais cresceram foram o DEM, PP e PSD e está colocando a reboque toda a esquerda numa suposta luta contra o governo do fascista Jair Bolsonaro.

A política da frente ampla está justificando a esquerda apoiar elementos mais tradicionais da política. No caso do Rio de Janeiro, o segundo turno das eleições municipais está entre dois elementos da direita golpista. São eles, Eduardo Paes (DEM) e o atual prefeito Marcelo Crivela (PRB).

A disputa, para a esquerda, justifica o apoio a golpistas ainda mais conhecidos em nome de combater o ‘bolsonarismo’ e a extrema direita. Nada mais mentirosa.

 

Esquerda corre para apoiar Eduardo Paes

 

Um bom exemplo da política da frente ampla e que esteve muito quieto durante o 1º turno das eleições,  é do deputado do PSOL Marcelo Freixo. Freixo que durante a campanha sequer fez campanha para a candidata de seu Partido, no dia seguinte da apuração declarou seu voto em Eduardo Paes contra Crivella e só aguardava uma posição oficial do PSOL.

“Acho muito importante derrotar o Crivella. Vou esperar o posicionamento do partido. Acho que o Eduardo (Paes) precisa abrir diálogo e apresentar uma agenda que dialogue com o conjunto da sociedade”, afirmou Marcelo Freixo.

Eduardo Paes é um elemento da direita golpista que muda sua posição de acordo com a situação política e as ordens da burguesia. É um político tradicional da direita que já passou pelo PSDB e MDB, e hoje compõe o ultradireitista partido Democratas que possui cargos e ministérios dentro do governo de Jair Bolsonaro, mas faz uma ‘oposição’ de fachada, votando em sua totalidade com os projetos apresentados pelo governo contra os trabalhadores e a população.

Apoiar Eduardo Paes não é nenhuma luta contra o fascismo e o governo Bolsonaro, mas sim um pilar de sustentação do governo.

 

Se a lógica for essa, a esquerda deve apoiar o PSDB em São Paulo

 

Se a lógica apresentada pela esquerda pequeno burguesa que defende a frente ampla no Rio de Janeiro for aplicada em todo território nacional para derrotar o bolsonarismo e o extremismo, em São Paulo essa esquerda deve apoiar o tucano Bruno Covas e não Guilherme Boulos do PSOL.

Isso porque se temos que votar em quem tem mais poder e força para derrotar o fascismo de Jair Bolsonaro, nada mais forte que a direita ‘civilizada’. O candidato do PSOL Guilherme Boulos não tem poder nenhum comparado ao PSDB para enfrentar o governo Bolsonaro, já o PSDB de Bruno Covas teria mais condições de combater o bolsonarismo, pois tem também o governo do Estado e um número ainda mais de prefeituras que as quatro que até o momento foram ‘conquistadas’ pelo PSOL e um número muito maior de vereadores. Isso tudo na lógica que está sendo apresentada pela esquerda pequeno burguesa na frente ampla.

A lógica é a seguinte: se Eduardo Paes do DEM – o partido da ditadura militar – combate o fascismo e o bolsonarismo, por que Bruno Covas não?

Nesse caso não teria problema nenhum em perder a prefeitura de São Paulo para os tucanos porque eles são combatentes do fascismo e dos excessos do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro. A população de São Paulo poderia ficar tranquila, pois quem ganhar a prefeitura neste momento vai combater o governo Bolsonaro.

É claro que a farsa dessa afirmação é total e completa. Essa lógica de combater a extrema direita e o bolsonarismo com a direita ‘civilizada’ como Eduardo Paes é uma enorme farsa. Essa política da frente ampla vai levar a setores da esquerda a propagandear os mais repugnantes elementos da política nacional. Vão ser os tucanos em São Paulo, ACM Neto na Bahia, os Ferreira Gomes no Ceará e muitos outros que formam a direita ‘civilizada’.

 

Direita golpista “grande” contra direita golpista “pequena”

 

Marcelo Crivella foi apoiado abertamente por Jair Bolsonaro, mas Eduardo Paes faz parte do bloco que dá sustentação ao governo e aprovação das suas medidas contra os trabalhadores. A única diferença que há entre os dois é que Eduardo Paes faz parte da burguesia que comanda o Brasil e dá as cartas no jogo político, incluindo a imprensa golpista e a Rede Globo, ou seja, possui ainda mais condições de colocar em prática uma política de destruição nacional.

Os dois candidatos são da direita e base do bolsonarismo e votar em Eduardo Paes para combater o radicalismo e o bolsonarismo é uma tremenda farsa. Apresentada com exemplos práticas, fica evidente que essa política da frente ampla somente vai levar ao fortalecimento do bolsonarismo e da extrema direita.

A esquerda precisa combater a frente ampla que somente serve para repaginar políticos tradicionais da direita e colocar em marcha uma política independente e baseada na mobilização dos trabalhadores.

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