Hoje sendo o epicentro do novo coronavírus, a Europa se vê em um estado de calamidade pública. Na Itália, país mais afetado pela pandemia mundial, sua saúde até então considerado boa para os padrões dos países imperialistas está em colapso. Observe-se que não se trata de um país qualquer na Africa vítima de uma crise viral, mas sim de um dos países imperialistas mais ricos do planeta, que recebe milhões de pessoas e tem em sua força industrial um grande peso em toda economia europeia.
No país, os casos de coronavírus são alarmantes, são 2.158 mortos até agora, sendo que 349 apenas nas últimas 24 horas, dentre todos os locais destes mortos Milão é destaque, tendo mais da metade dos números de falecimentos. Já em relação aos infectados confirmados mediante consulta especializada, tem-se por todo país mais de 3.200 casos, sendo que nos últimos dias o número de infectados e mortos mais do que duplicou.
Os relatos são alarmantes, pessoas morrem em suas casas e o serviço de saúde não tem como buscá-las por estar sobrecarregado, deixando por dias seus cadáveres. Os Hospitais encontram-se em super lotação, em muitos são formados lonas nos arredores para tentar minimizar a situação. Enfermeiros e médicos chegam a exaustão, correndo risco deles mesmos se infectarem ao tempo em que são forçados a trabalhar por longos períodos intensamente.
Com toda esta crise, a Itália hoje se encontra no âmbito da saúde em uma situação que se viu apenas na segunda-guerra mundial. Sendo que, tudo isso acontece enquanto o país é mantido em estado de quarentena, com todos estabelecimentos, a não ser os essenciais, fechados, com diversas leis impostas para o povo não sair de suas casas, limitar ao máximo o transporte público etc.
Ou seja, o caso italiano demonstra a profundidade da crise, mesmo com tantas medidas radicais tomadas. Agora, o Brasil, um país muito mais atrasado que a Itália, esmagado pelo imperialismo e com um governo fantoche e fascista que a todo custo diz que tal epidemia é uma mera fantasia, a situação tende apenas a ser pior.
No caso brasileiro a estrutura do sistema de saúde é muitas vezes inferior, apenas levando em conta a realidade em estado normal o país já não teria UTIs suficientes. As normas da OMS, de leitos por número de pessoas, está muito longe de ser cumprida no Brasil, sobretudo nos estados do Norte, Nordeste, Centro-oeste e Rio de Janeiro, onde já as normas básicas de saúde são descumpridas.
No entanto, tratando-se do coronavírus, o caso italiano demonstra que cumprir as normas -o que o Brasil não faz- está longe de ser o suficiente. Como isso não bastasse, o governo brasileiro ignora completamente a crise. No país em poucos dias já se passou de 200 o número de infectados, tendo doentes em praticamente todos os estados do país.
Enquanto países como a Venezuela já decretam estado de emergência e fecham suas fronteiras para proteger o povo logo quando surgiu os primeiros infectados, o Brasil, centro da epidemia em todo continente latino-americano, tarda até mesmo para cancelar as aulas e sequer cogita fechar aeroportos, fronteira, etc. pelo contrário, o governo bolsonarista até o momento está muito preocupado em manter as condições econômicas dos banqueiros e grandes capitalistas. A única medida real tomada até agora, foi justamente a que pretende socorrer as companhias aéreas, fica claro assim, as prioridades do fascista e de toda burguesia brasileira.
A exemplo do que já começa a ocorrer em fábricas da Itália, os brasileiros precisam começar a ser mobilizados pela esquerda e movimentos populares. Italianos já começaram a entrar em greve em alguns setores, o Brasil precisa do mesmo, e de uma forte mobilização para derrubar o governo bolsonarista e tomar as rédeas da situação. Esta crise não será resolvida pelo governo brasileiro, enquanto esperarmos sentados o povo apenas morrerá sem lutar.