Há um mês, já havíamos denunciado a truculência da PM catarinense, que usou gás pimenta e atirou à queima-roupa e pelas costas contra artistas que faziam uma roda de samba no centro de Florianópolis, sob gritos de “aqui é Bolsonaro, caralho”. Como era previsível, o fato se repetiu nesta última quinta-feira, quando os ensaios e blocos carnavalescos já começavam a tomar conta das ruas da capital.
Logo após a meia-noite, sob pretexto de “manter o silêncio”, viaturas se posicionaram no alto da Rua Victor Meirelles e atiraram contra a população que confraternizava na região, que concentra muitos bares e tem vida noturna intensa. Os vídeos falam por si e mostram a brutalidade policial contra as manifestações culturais populares.
Florianópolis é uma cidade turística, com vida noturna intensa. Enquanto os ricos ficam protegidos em clubes, onde a música toca no máximo volume até o amanhecer, e o consumo de drogas corre solto, a classe trabalhadora deve se recolher após a meia-noite, mesmo durante fins de semana e datas festivas.
É preciso destacar, ainda, que ela acontece numa região central considerada “morta” durante a noite, abandonada pelo poder público, que está sendo revitalizada justamente pelos bares e pela organização popular. Mas esta organização é temida pelo regime neoliberal e fascista, que prefere ver ruas vazias e perigosas do que ocupadas pela classe trabalhadora.
A estupidez policial já havia sido reportada ocasionalmente por articulistas da imprensa local. Representantes populares até conseguiram uma reunião com o chefe da PM catarinense. Como se vê, são atitudes que se mostraram insuficientes. É preciso convocar a população a se mobilizar, denunciar e contestar esta policial fascista, cuja função é reprimir a organização cultural e política da classe trabalhadora.