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Quem cala consente

SC: governadora bolsonarista não concorda nem discorda do nazismo

Em solenidade de posse, Daniela Reinhr fica "em cima do muro" a respeito de pai nazista.

Daniela Cristina Reinhr (ex-PSL) é a nova governadora de Santa Catarina. A ex-vice de Carlos Moisés (PSL), afastado do cargo por até 180 dias, teve nesta semana sua solenidade de posse. Contudo, foi durante o evento, que uma pergunta de um jornalista do Intercept, revelou quem de fato é Daniela Reinhr.

De maneira oportuna, Fábio Bispo, do site The Intercept Brasil, perguntou da seguinte maneira a interina:

“No começo de sua fala, a senhora agradeceu à sua família. E o seu pai, como professor de história, pregava em sala de aula o negacionismo do Holocausto Judeu, inclusive utilizando livros de uma editora que foi condenada por contar mentiras sobre a Segunda Guerra Mundial. E, agora que a senhora é governadora de Santa Catarina, a gente quer saber: qual é a sua posição? A senhora corrobora essas ideias neonazistas, negacionistas do Holocausto?”

O comentário deve-se a um fato curioso e “esquecido” pela imprensa burguesa. Daniela não é filha de qualquer membro da direita catarinense, seu pai Altair Reinhr foi um divulgador dos livros da editora Revisão, que tinha como títulos “Acabou o gás”, e seu editor Siegfried Ellwanger Castan foi condenado diversas vezes por publicar livros antissemitas.

Além disso, declarou publicamente que “nem é permitido lembrar obras reconhecidamente positivas” de Hitler.

Para o pai da atual governadora, Hitler “após uma infância bastante infeliz, teve uma adolescência e juventude marcada por enormes dificuldades, sacrifícios de toda a ordem e notadamente incompreensões”. Porém, que mesmo entre aos problemas, o dirigente nazista – segundo ele – “num curto espaço de tempo, acabou com o problema do desemprego de 6 a 7 milhões de pessoas, revitalizou a indústria, moralizou os serviços públicos e transformou a Alemanha num canteiro de obras”.

Além do mais, Altair, que já idoso posou em fotografia em frente a casa que era de Adolf Hitler, ficou conhecido por em suas aulas de história (!) atacar os judeus e defender a propaganda antissemita.

Dessa maneira, Santa Catarina sairia das mãos da extrema-direita para ser governada oficialmente por uma filha de nazista. No entanto, se esperávamos alguma bela declaração da interina, capaz de desviar ou jogar para escanteio o tema, sua resposta ao questionamento do jornalista demonstrou que a mesma não vê nenhum problema nisso tudo:

“Eu espero, daqui para a frente, e em toda a história, ser julgada pelos meus atos, pelas minhas convicções e pela postura que eu sempre tive em tudo o que eu fiz. Eu realmente não posso responder, ser julgada ou condenada por aquilo que esse ou aquele pense (sic). Eu respeito as pessoas, independente do seu pensamento, eu respeito os direitos individuais e as liberdades. E qualquer regime que vá contra o que eu acredito, contra esses elementos que eu disse, eu repudio. Existe uma relação e uma convicção que move a mim, e eu acredito que a todos os senhores, que chama ‘família’. E me cabe como filha manter a relação familiar em harmonia, independente das diferenças de pensamento.”

A resposta só seria pior se a mesma admitisse sua concordância com o pai. A declaração não se coloca contra o Holocausto, como pontua o jornalista, e ainda por cima trata com normalidade o fato de seu pai ser assumidamente nazista.

Em cima desse comentário só consegue-se perceber que, como diz o bom e velho ditado popular, “quem cala consente”.

Daniela é considerada localmente uma típica “bolsonarista puro sangue”. Assim que Bolsonaro anunciou sua saída do PSL, Daniela, fez o mesmo em total contrariedade ao então governador de  Santa Catarina.

Sua campanha golpista iniciou-se deste aquela época, e sua total adesão ao Aliança pelo Brasil, partido fascista que Bolsonaro busca criar, foi completa e imediata.

Daniela, comprova em toda sua vida sua ligação absoluta com o fascismo. Em 1996, aos 19 anos, ingressou na Polícia Militar de Santa Catarina, onde atuou até 1999. Depois, como advogada, atuou na defesa empresarial e comércio exterior.

Em 2013, Daniela entrou no movimento “Nas Ruas”, em defesa da Lava Jato e do golpe contra Dilma, vindo a apoiar em 2016, a candidatura de Jair Bolsonaro.

Com a crise do PSL em 2019, Daniela decidiu acompanhar Bolsonaro, e tornou-se “embaixadora” e um dos principais nomes do Aliança pelo Brasil em Santa Catarina.

Agora, como governadora interina, promete uma maior ligação com Brasília e Bolsonaro. E de prontidão já declarou não ser favorável o fechamento do comércio em plena pandemia. O governo provisório de Daniela promete intensificar os ataques contra o povo, e que a bandeira vermelha, verde e branco catarinense, ganhe oficialmente tons de preto, com uma suástica a cruzando.

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