Mais uma demonstração covarde e truculenta da Polícia Militar de Santa Catarina em Florianópolis. Em pleno Centro da cidade, pouco depois da meia-noite do último domingo, um grupo fazia uma roda de samba quando foi atacado por dezenas de policiais.
Sem qualquer conversa, os policiais usaram spray de pimenta para dispersar a roda, aos gritos de “aqui é Bolsonaro, caralho!” Ao indagar o comandante, dois músicos da banda Cartas na Rua foram duramente agredidos, com tiros de bala de borracha à queima roupa e pelas costas, e golpes de cassetete.
Em novembro, logo após as eleições, a PM catarinense usou a mesma abordagem para atacar uma roda de samba tradicional da Universidade Federal de Santa Catarina. Não por acaso, Bolsonaro também foi evocado para justificar a postura fascista. Na semana passada, a PM desligou os aparelhos de som da Feira Afro, outra atividade tradicional que ocorre no Centro da cidade como ação afirmativa da comunidade negra.
A Polícia Militar sabe muito bem que o atual regime protege e promove os oficiais mais violentos, que demonstrem seu fascismo contra aglomerações populares. A abordagem violenta nunca foi exceção, mas regra, e com o atual governo, a disposição da instituição é endurecer ainda mais. Esta começa nos eventos culturais e contra setores menos organizados. Se nada for feito, é dos tipos mais violentos que sairão os torturadores e assassinos para atacar as organizações maiores, como associações, partidos de esquerda e sindicatos.
Reuniões de corregedoria e discursos não irão intimidar as polícias bolsonaristas. É preciso uma organização imediata de todos os movimentos populares, em comitês de autodefesa e atos públicos de massa que criem um custo político cada vez maior para as abordagens criminosas dessas entidades fascistas.