A saúde pública engloba uma série de conhecimentos médicos voltada para organizar os sistemas de saúde e proporcionar um tratamento adequado na saúde da população, prevenindo-a de doenças. A saúde pública é regulamentada pelo Estado e sua aplicação justa e em prol do povo não depende apenas de questões técnicas, mas, sobretudo, de decisões políticas, sob o aval da população.
No Brasil, por falta de ação política, a saúde pública praticamente não existiu nos tempos da Colônia. Quem proporcionava saúde nessa época eram os pajés, jesuítas e boticários. No Rio de Janeiro existiam apenas quaro médicos. A única instituição médica que surgira na Colônia foram as Santas Casas de Misericórdia. No Brasil imperial, para atender a família real, foram criadas duas escolas de medicina, uma em Salvador(Colégio Médico-cirúrgico) e outra no Rio de Janeiro(Escola de Cirurgia), únicas criações da saúde pública até a República.
Na República Velha, foi no governo Rodrigo Alves(1902-1906) que surgira a primeira medida sanitarista para combater as doenças mais comuns(varíola, malária, febre amarela e até peste bulbônica), pois nessa época continuávamos sem saneamento básico(como hoje). Oswaldo Cruz, nomeado Diretor de Saúde, semelhante ao atual cargo de ministro, ficou encarregado de resolver os problemas sanitários. Acaba com a febre amarela em sua forma epidêmica, dentre outras ações importantes, mas no combate à peste e varíola optou politicamente por resolver o problema através de ações policialescas e obrigando o povo a tomar a vacina, numa total falta de respeito e de falta de políticas públicas educacionais para a população. Com a população indignando-se a cada dia diante da violência e invasões em domicílio, a insatisfação descambou para a Revolta da Vacina, em 1904. Cruz acabou afastado e deixou a carreira pública em 1909.
Hoje, os estudos sobre saúde pública no Brasil encontram nas instituições burguesas Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Instituto Vital Brasil (Manguinhos), Butantã, Adolfo Lutz, dentre outras, muita competência nas pesquisas e construção de uma saúde pública de qualidade para a população, mesmo diante de todas as carências e ataques desferidos pela própria burguesia a serviço da privatização desses serviços.
Depois de toda falta de política pública em prol da saúde da população na Colônia, no Império e na Primeira República, tivemos após a redemocratização do Brasil, como resultado das ações e contribuições técnicas dessas instituições nacionais, a criação, em 1988, do Sistema Único de Saúde(SUS), que vem, mesmo sob fortes ataques e sucateamentos proporcionados pelo Estado burguês no Brasil, prestando relevantes serviços à saúde da população brasileira, de forma gratuita. O Sistema Único de Saúde do Brasil é um dos maiores do mundo.
Os problemas do SUS como falta de investimento no quadro de profissionais, muito tempo de espera para a população ser atendida, a falta de leitos, o sucateamento dos hospitais públicos, a má administração financeira e as dificuldades no atendimento, são uma politica intencional da burguesia brasileira, que age em prol do sucateamento do sistema para fazer lobby com as grandes empresas de planos de saúde, que cobram extorsivos valores para quem quiser ter um atendimento melhor.
Em São Paulo, como exemplo de política para acabar com a saúde pública, sob o governo do golpista João Dória(PSDB), vemos, em plena pandemia, a maior cidade da América Latina fechando leitos de hospital, fazendo o povo de escravo nas filas, com péssimos atendimentos, sem fornecer medicamentos, sem vacina, usando criminosamente o povo como sua peça de propaganda na “campanha” da vacinação. Agora, diante da falta de medidas efetivas e populares contra o Covid, implanta-se o ineficiente e arbitrário lockdow, que prejudicará financeiramente a população mais carente da sociedade e não conseguirá baixar as altas taxas de contaminação no Estado. O lockdown será mais uma ferramenta para aumentar a quantidade de prisões e violência contra a população.
O problema de saúde pública no Brasil não se trata apenas da falta de recursos, pois o Estado tem recursos para investir e não investe, nem de ações técnicas, mas de atuação política. A saúde não evolui no país porque a elite politica golpista age com a clara intenção de sucatear o serviço, criando a falsa sensação de que o serviço público é corrupto e sem eficiência, mas os verdadeiros inimigos da população são as grandes empresas privadas do setor, que são corruptas e compram os políticos para fazerem lobby e acabar com o serviço essencial do SUS.
A aprovação do teto de gastos é uma política nacional e violenta contra o povo e os serviços essenciais do Estado, que está sob severo ataque da golpista base política do governo Bolsonaro.
É preciso denunciar todas essas politicas genocidas da burguesia contra o povo e a favor do desmonte do Estado brasileiro. Está em marcha um violento ataque à população. Esses governantes não agem para melhorar as políticas de saúde pública contra a pandemia, eles se aliam às práticas genocidas. Organizar o povo para frear esses ataques e tirar Bolsonaro, Dória e todos os golpistas é urgente!