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Eleições fraudulentas em 2020

São Paulo: a burguesia escolhe o segundo turno

Em São Paulo, a ida de Boulos para o 2º turno consolida a manobra da frente ampla de isolar o PT nas eleições municipais da Capital

O resultado das eleições municipais de São Paulo animaram um setor mais confuso ou oportunista da esquerda pequeno-burguesa. A ida de Guilherme Boulos para o 2º turno das eleições, atrás de Bruno Covas, consolidou a campanha da imprensa capitalista durante todo esse último período, que procurava impulsionar Boulos e o PSOL, enquanto isolava o PT. Acompanhando os principais órgãos da imprensa, como Folha de São Paulo, Estadão, O Globo e até a revista Veja, era fácil de perceber a dimensão do apoio dado ao candidato do PSOL. Por outro lado, sempre que Jilmar Tatto, do PT, era mencionado, a intenção era compará-lo com Boulos, colocando a campanha do petista sempre em posição de inferioridade.

Essa campanha ficou ainda mais evidente quando colunistas da imprensa golpista começaram a defender Guilherme Boulos das críticas da esquerda. Foi assim com os articuladores do jornalismo da extrema direita como Vera Magalhães, Datena e Merval Pereira.

Boulos é um apoiador conhecido da política de “frente ampla” (também conhecida como “frente golpista”), se colocando ao lado de figuras da direita tradicional, como Fernando Henrique Cardoso ou Michel Temer em eventos como as palestras “Direitos Já” e na campanha da Folha de São Paulo que pedia a utilização da cor amarela para representar um grito por mais “democracia”. Além disso, as propostas por ele apresentadas durante sua campanha eleitoral foram todas bastante direitistas, como a de colocar a GCM em todos os bairros da periferia, no melhor estilo das sanguinárias UPPs cariocas. Isso sem falar em toda a sua atuação em favor do golpe de estado durante todo o período que precedeu o impeachment de Dilma Rousseff.

Levando em consideração o fato de que as eleições de 2020 são as mais fraudadas dos últimos tempos, deve-se compreender que a ida de Boulos para o 2º turno foi planejada e executada pela burguesia. Prova disso é a campanha já citada anteriormente feita por sua imprensa. Além disso, após o resultado eleitoral, o clima é de grande exaltação do PSOL como a “nova promessa da esquerda”. O próprio Sérgio Moro, uma das figuras de maior importância dentro do processo de golpe de estado ocorrido no Brasil, chamou o PSOL de “o partido de esquerda mais relevante” em um tweet por ele publicado no dia em que saiu o resultado das apurações.

É preciso ter muita clareza também de que Boulos não foi levado ao 2º turno das eleições em São Paulo por ser mais popular. Claramente, o candidato do PSOL não tem nada de popular, assim como seu partido. Trata-se de uma figura totalmente ligada à pequena-burguesia e desconectada da classe operária. O maior partido de esquerda em São Paulo é o PT, que sempre figurava entre os primeiros lugares nas eleições municipais da cidade, tendo já elegido prefeitos na cidade, mesmo com a intensa pressão da burguesia para sua derrota. Boulos chegou a defender a ‘segurança pública’ com mais guardas municipais, disse que não iria demonizar a iniciativa privada e os empresários, além da famosa política com o ‘coração’ e ‘amor’, que a burguesia estimula para evitar a polarização e confronto entre a esquerda e a direita.

A campanha obscena feita pela esquerda pequeno-burguesa para que o PT abandonasse a candidatura de Tatto e apoiasse Boulos também serviu para pressionar diversos quadros do Partido dos Trabalhadores, que não soube reagir à altura e permitiu que a burguesia conseguisse conduzir essa vitória ao PSOL e esse consequente isolamento do PT e de Jilmar Tatto. 

A burguesia claramente tem um plano para Boulos que é maior do que simplesmente a corrida eleitoral no município de São Paulo. Uma das alternativas possíveis é o seu lançamento como candidato à presidência em 2022, consolidando-o como o principal candidato da esquerda pequeno-burguesa, podendo vir a substituir Fernando Haddad. Com a sua presença e a de Ciro Gomes e talvez algum outro “abutre” do PCdoB como Flávio Dino, a dispersão dos votos da esquerda e o consequente enfraquecimento do PT estaria completo. 

Caso consigam impedir Lula de concorrer por meio dos processo fraudulentos que seguem correndo contra o ex-presidente, esse seria o cenário ideal para neutralizar o PT, principalmente sua ala lulista, e impulsionar uma candidatura da direita tradicional estilo PSDB. Outro aspecto importante dessa fraude seria também neutralizar o bolsonarismo, o que foi feito nas eleições municipais usando, inclusive, a própria esquerda pequeno-burguesa, representada por PSOL e semelhantes.

Em oposição a essa política golpista, o que a classe trabalhadora deve fazer é impulsionar a unidade da esquerda pela candidatura de Lula em 2022. Apenas a luta por Lula presidente pode mobilizar o povo e impor uma derrota contra o golpe de estado. Por outro lado, deve-se rejeitar todas as manobras apresentadas pela frente ampla, como o apoio a Guilherme Boulos, Ciro Gomes e outros abutres. No momento, a única candidatura que pode representar uma verdadeira oposição ao regime golpista é a de Lula, que possui um apoio sólido da classe trabalhadora. Se colocada de uma forma concreta, a população se mostrará disposta a lutar pelo direito de Lula ser candidato.

A frente ampla pode ter conseguido realizar a manobra de colocar Boulos no 2º turno em São Paulo, no entanto, a denúncia realizada pelos setores mais avançados e esclarecidos colocou a nu as suas intenções. É preciso sempre esclarecer a população dos sentidos dessas manobras, cuja intenção final é sempre consolidar o regime golpista no Brasil, contra os interesses da população. A política que deve ser levada adiante no momento é o “Fora Bolsonaro e todos os golpistas” junto com “Lula presidente”!

 

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