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Volta a direita

São Luís: política de alianças com a direita leva Dino à derrota

Para a esquerda, nesse momento de polarização, moderar-se e se aliar com a direita é trabalhar para sua própria destruição

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), sofreu uma derrota na capital do Estado, São Luís, nas últimas eleições. O candidato do PCdoB, Rubens Júnior, obteve 10,54% do votos no primeiro turno, ficando de fora do segundo turno do pleito. Concorreram, no segundo turno das eleições municipais da capital dois candidatos ligados ao bolsonarismo, Eduardo Braide (PODEMOS) contra Duarte Júnior (REPUBLICANOS), partido que abriga dois dos filhos de Bolsonaro, Flávio e Carlos, e pode mesmo ser o partido do atual presidente para as próximas eleições.

Flávio Dino, assim como o PCdoB, declarou apoio ao candidato de um partido bolsonarista, que é base de apoio de seu governo. Duarte Júnior (REPUBLICANOS), mas que já foi do PCdoB e participou da administração de Dino e que agora é de um dos partidos que dão base ao governo Bolsonaro, foi a aposta do governador do PCdoB. Dino se pronunciou em suas redes sociais sobre o início da campanha eleitoral no segundo turno na capital:

“Hoje começa a fase decisiva, com Duarte nas ruas e debates na TV na próxima semana. Duarte é o nome mais adequado para parcerias honestas em favor de São Luís”.

Mesmo com o apoio do governador de esquerda, o candidato do Republicanos, partido que é base fiel do governo Bolsonaro, foi derrotado por Eduardo Braide (PODEMOS), que teve apoio de setores do bolsonarismo, como o senador Roberto Rocha (PSDB), conhecido bolsonarista no Senado, embora seja ligado ao chamado centro político e pelo próprio presidente ilegítimo da República.

A estratégia política da esquerda de subordinar-se ao centro político como meio de “combater” o bolsonarismo, o mal maior, foi levada ao paroxismo em São Luís. De um lado o candidato de Bolsonaro, Eduardo Braide, que saiu vitorioso, de outro o candidato de um partido bolsonarista, aliado de Dino. O PCdoB foi mais longe na política de alianças com a direita; toda a esquerda justificou a política de aliança e subordinação ao centro político em nome de combater o mal maior, a extrema-direita, o bolsonarismo.

Entretanto, o PCdoB, numa rota acelerada de direitização, formou um bloco para o apoiar, em São Luís, um partido bolsonarista, de extrema-direita, para, supostamente combater o candidato do Bolsonaro. Mesmo nessas condições, esse partido, ao invés de chamar os trabalhadores a rejeitar os dois Bolsonaro, usou da mesma justificativa da esquerda para apoiar a direita, nesse caso a extrema-direita; apoiaram o bolsonarista contra o ainda mais bolsonarista em favor do mal menor. Prevaleceu, no entanto, o mal maior.

Ao chamar votos no candidato do Republicanos, Flávio Dino, à revelia da base de seu partido, escancarou o grau de compromisso do PCdoB com a burguesia e o regime político de conjunto.Os acordos de bastidores que levaram a posição profundamente reacionária permanecem ocultos, o que é visível é que assim como o PSB e o PDT, ainda que não seja um partido de direita como estes, o PCdoB tem se consolidado como uma ferramenta que a burguesia se utiliza contra a propria esquerda, seja como meio de retirar votos da esquerda, notadamente do PT, seja como meio de levar votos da esquerda para um candidato da direita e até da extrema-direita.

Esse é o sentido da frente do PCdoB com a extrema-direita no segundo turno, conduzir os votos da esquerda para o candidato do Republicanos, manobra que fracassou completamente. Isso porque, com a direitização do partido, que se aprofundou no período do golpe, o PCdoB caiu em total desmoralização política perante a esquerda em geral e sua própria base, com uma forte tendência a tornar-se mais um partido fisiológico burguês.

O golpe de Estado dado em 2016, que derrubou Dilma Rousseff e que é causa de toda crise social e política de hoje, resultou no aumento da polarização política no país, a esquerda, que foi acompanhado por um setor da população, deslocou-se mais à esquerda, setores da burguesia e da classe média para a extrema-direita, como se expressou na eleição de 2018 entre a extrema-direita e o partido que foi derrubado e perseguido pela direita. O centro político foi liquidado e procura a todo custo se recompor; as eleições de 2020 foram parte importante desta recomposição e contou com o auxílio da esquerda.

O PCdoB esteve a todo momento atuando no sentido contrário, não teve absolutamente qualquer papel político de vanguarda, e nem mesmo acompanhou o deslocamento da população à esquerda, comprovado pelo apoio que tem o ex-presidente Lula, mesmo perseguido pelo regime golpista, ao contrário trilhou o caminho em direção ao centro e a direita. Embora seja um dos maiores partidos da esquerda nacional, sua política direitista no período de intensa polarização está levando o PCdoB a bancarrota, e quanto mais frágil o partido se vê, mais de desloca em direção a direita, a burguesia.

A derrota de Dino no Maranhão, assim como a debacle geral deste partido nas eleições, uma vez que sua atuação é puramente eleitoral, demonstram claramente que a direitização da esquerda e sua aproximação da direita são a chave para sua autodestruição.

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