Nem os lucros exorbitantes e, muito menos, a pandemia impedem freiam a iniciativa dos banqueiros de sujeitar a classe trabalhadora à miséria. Pelo contrário, parecem atiçar, ainda mais, a sede de sangue dos capitalistas. No último mês de junho, o banco Santander demitiu mais de 400 bancários no Brasil. A decisão contraria um acordo do banco com o Comando Nacional dos Bancários.
A direção do banco é tão cínica que se recusou a fazer qualquer acordo com os sindicatos. Segundo eles, o Santander está fazendo apenas “remanejamentos necessários”.
Sobre estes “remanejamentos” deve-se entender como “demitir os mais antigos e contratar novos por um salário de fome”. Isto só é possível devido às políticas genocídas do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro, que jogaram milhões de brasileiros no desemprego, gerando um enorme exército de reserva, pessoas que estão dispostas, pela força da necessidade, a aceitar empregos em condições precárias por salários baixíssimos.
Toda essa situação é consequência do golpe de 2016, que permitiu que a direita, que agora se finge de “civilizada” e “científica”, aprovasse reformas da previdência e do trabalho. Estas reformas, ao invés de garantirem emprego e renda, como prometeram os golpistas, criaram uma enorme massa de miseráveis, que agora estão entregues à fome e a doença.
O argumento fica mais claro quando observado que essa política do Santander ocorre apenas no Brasil. Isto é mais do que prova que o golpe contra Dilma Rousseff não se tratou de um ataque ao Partido dos Trabalhadores (PT), mas um ataque à classe trabalhadora de conjunto.
A situação dos bancários do Santander ganhou repercussão internacional. O sindicato global da categoria, UNI Finanças Mundial, faz campanha para que o banco pare com as demissões. Além das demissões, também é denunciado que o banco está a colocar metas inalcançáveis, ainda mais o cenário mundial de recessão da economia. Trata-se de mais uma desculpa para demitir funcionários.
O que espera-se é que os trabalhadores, que não forem demitidos, fiquem na corda bamba, podendo até desenvolver doenças psicológicas. Sobre as condições de trabalho, é necessário salientar que os bancários são tradicionalmente submetidos a pressões criminosas pelos patrões, tanto por trabalharem diariamente com quantias enormes de valores, muito maiores do que seus rendimentos anuais, quanto por terem de atingirem metas irreais. E isto não ocorre apenas em bancos privados, mas também em bancos públicos, mostrando que os sindicatos dos bancários possuem atuação bastante limitada.
Segundo reportagem da golpista Folha de São Paulo, o banco Santander estaria planejando demitir até 9 mil funcionários. A informação foi negada pelo banco. O que quer dizer nada. Afinal, podem apenas esperar a “reabertura” da economia para demitir.
Portanto, é mais do que necessário que os sindicatos reabram e mobilizem os bancários tanto para impedir novas demissões quando exigir a reintegração dos trabalhadores demitidos!