Da redação – Entre os dias 7 e 10 de maio ocorreu, na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), o 3° Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia. Cerca de 600 índios participaram de uma passeata no dia 8, que fechou a Av. Paralela, iniciando assim o ciclo de protestos e denúncias contra os ataques do governo Bolsonaro.
Entre as denúncias feitas podemos citar a transferência da Fundação Nacional do Índio (Funai) do Ministério da Justiça para o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos; o controle das pastas de demarcação de terras indígenas e de licenciamento ambiental pelo Ministério da Agricultura, diretamente ligado à bancada ruralista; a retirada da saúde indígena do âmbito federal – o que precarizaria o atendimento –; a expansão do agronegócio; etc.
O presidente fraudulento, Jair Bolsonaro, já havia declarado antes das eleições que “não vai ter um centímetro demarcado para reserva indígena ou para quilombola”, e a pauta de demarcação de terras estava entre as principais do acampamento. Uma carta recebida da Palestina foi lida no meio de uma das declarações. “Diferente do que eles dizem sobre a Palestina, eles não são terroristas. A gente precisa lembrar que eles também chamam a gente de terroristas”, disse um dos líderes indígenas.
Estiveram presentes 23 povos: Tupinambá, Pataxó, Pataxó Hã-hã-hãe, Kiriri, Tuxá, Tumbalalá, Atikum, Pakararé, Kaimbé, Pankarú, Pakararú, Truká, Xukuru-Kariri, Kariri-Xóco-Fulni-ô, Kapinawá, Potiguara, Tapuia, Kambiwá, Funi-ô, Xacriabá, Payayá, Kantaruré e Tuxi.
Entre as lideranças, estava o cacique Babau Tupinambá, que já havia sido entrevistado pela Causa OperariaTV, quando foi ameaçado de morte.