O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (Partido Novo), pretende revisar todas as 344 unidades de conservação federais. A finalidade é atender aos interesses das empresas mineradoras, madeireiras e dos latifundiários, que buscam se apropriar dos recursos naturais existentes no país.
Das 344 unidades de conservação federais, 149 são áreas de proteção integral (tipo parques nacionais); 31 são reservas biológicas; 30 são estações ecológicas; 9 são refúgios de vida silvestre e 5 são monumentos naturais.
No que tange às 185 unidades de uso sustentável, onde determinadas atividades econômicas são permitidas por lei, 67 são florestas nacionais; 66 são reservas extrativistas; 37 são áreas de proteção ambiental; 13 são áreas de interesse ecológico e 2 são reservas de desenvolvimento sustentável.
Como justificativa para suas pretensões, Salles afirma que as demarcações das unidades foram feitas “sem critérios técnicos” e que um grupo de trabalho foi montado no Ministério do Meio Ambiente para rever as unidades. A ideia é rever unidades, recategorizar algumas e extinguir as que forem consideradas aptas.
A proposta de Salles vai na contramão do que se espera de uma política de proteção do meio ambiente. Ao invés de proceder à fiscalização e impedir que grupos violem as unidades de conservação e destruam a natureza, o ministro quer acabar com as áreas de conservação para que não haja necessidades de punir os criminosos. É praticamente um prêmio para os criminosos, que poderão estar seguros de nenhuma medida legal será tomada contra eles.
São muitas as áreas que o governo pretende rever, dentre elas o Parque Nacional de Itatiaia (RJ), o Refúgio da Vida Silvestre de Ararinha Azul (BA), a Estação Ecológica dos Tamoios (RJ), o Parque Nacional Lagoa do Peixe (RS), o Parque Nacional dos Campos Gerais (PR), a Floresta Nacional do Jamanxim (PA).
O presidente fascista Jair Bolsonaro e Ricardo Salles pretendem entregar o patrimônio natural brasileiro para a sanha das grandes empresas. As relações estreitas entre Salles e as empresas mineradores já foram bastante noticiadas. Os latifundiários e sua expressão política, a bancada ruralista, são um dos pilares de sustentação do governo Jair Bolsonaro.
O que as revisões propostas por Bolsonaro e Salles evidenciam é que a orientação política do governo vai no sentido de desmontar a política de proteção do meio ambiente construída nos últimos 40 anos. As revisões das unidades de conservação em conjunto com o afrouxamento da legislação ambiental e o desmonte dos mecanismos de fiscalização beneficiam os criminosos.