Na última quinta-feira, dia 15 deste mês, o delegado da Polícia Federal, Alexandre Saraiva, foi demitido do cargo que ocupava como superintendente da instituição. A ação se deu logo após o servidor alertar o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre uma atitude ilícita advinda do então ministro bolsonarista do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e também do senador Telmário Mota, do Pros.
De acordo com a denúncia, o ministro e o senador cometeram os crimes de advocacia administrativa, organização criminosa e obstrução da fiscalização do poder público às questões ambientais. Para a Polícia Federal, ambos intervinham nas investigações da Operação Handroanthus, iniciada em 2020, a fim de favorecer os suspeitos envolvidos.
A certeza da impunidade e de que estar acima das instituições já falidas do estado burguês é tão grande que antes mesmo deste delegado, outros servidores já haviam perdido o cargo por apresentar denúncias junto à Operação Handroanthus, a qual, apenas no ano passado, já apreendeu mais de 200m3 de madeira, quantidade equivalente a 130 milhões de reais. Tratam-se dos servidores Olivaldi Alves Borges Azevedo, diretor de proteção ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, e seus coordenadores de fiscalização e operações Renê Oliveira e Hugo Loss.
No dia 09 de abril, o IBAMA apresentou uma denúncia informando a identificação de grilagem de terras indígenas na região Amazônica e que o responsável pelo crime, Jassonio Costa Leite, havia sido multado em 105,5 milhões de reais como pena por ter desmatado uma área equivalente a 21 mil campos de futebol dentro de uma área de reserva indígena localizada no interior do Pará. Costa Leite é um capitalista latifundiário do Tocantins que mantém relação com políticos direitistas em Brasília, além de ser abertamente bolsonarista. Junto a isso, o empresário é apontado como líder de um grupo ilegal formado com a única finalidade de invadir terras de reservas indígenas a fim de loteá-las e vendê-las. Como penalização por denunciar esse caso, poucos dias depois, em 14 de abril, os três servidores do IBAMA foram exonerados.
Casos como o do empresário Costa Leite são recorrentes. Grandes empresários se apropriam de terras reservadas na Amazônia sem nenhum receio de sofrer represálias, pois estão certos que os responsáveis por penalizá-los, na verdade, os apoiam. No mês de março, por exemplo, Ricardo Salles, ministro que deveria preservar o meio ambiente, se deslocou até o território Amazônico para reunir-se com madeireiros que exploram a região e semana passada deste mês de abril, o ministro bolsonarista retornou à Amazônia com o senador Zequinha Marinho do PSC a fim de se reunir com madeireiros ilegais da região. Na prática, o Ministro do Meio Ambiente tem trabalhado com empenho para assegurar a alta efetividade do desmatamento promovido pelos latifúndios na região amazônica. Nota-se, pelos atos do ministro de Bolsonaro, que o sucesso do seu mandato está em dificultar a fiscalização e abrir caminho para “a boiada latifundiária passar” e desmatar completamente as áreas de reservas indígenas e a floresta, como um todo.
Trabalhando em prol dos lucros de grandes latifúndios exploradores de recursos naturais e contra a preservação do meio ambiente em benefício do povo, Salles mostra que segue corretamente o que está previsto nos moldes neoliberais de extração de recursos naturais. É tudo pelo lucro dos capitalistas e nada pelo benefício do cidadão. Deste modo, através da união popular, cortar o mal pela raiz e eliminar a doença, para além de apenas remediar os sintomas. O causador de todas essas destruições ambientais é Bolsonaro, como representante da burguesia. Bolsonaro selecionou Salles como ministro e, em prol da burguesia, Bolsonaro jamais nomearia um ministro do meio ambiente que promovesse políticas ambientais em prol da classe trabalhadora. Neste sentido, pela preservação do meio ambiente, pelo direito dos povos indígenas e quilombolas às suas terras, levantemos a palavra de ordem: Fora Bolsonaro, Fora Salles, Fora todos os Golpistas.