O corte das verbas federais às universidades imposta pelo governo de Bolsonaro já estão produzindo suas repercussões.
Na UFMG, a professora Angélica Thomaz Vieira denuncia ter que comprar os próprios camundongos para manter as pesquisas em andamento, depois dos cortes. Sem o dinheiro, muitas pesquisas acabam sendo invalidadas, pela impossibilidade de serem feitas dentro do cronograma previsto. Algo muito mais complexo do que a fórmula estúpida do obtuso ministro da Educação, Abraham Weintraub – “separar 3 chocolatinhos para comer em setembro.”
Nesta mesma universidade, a manutenção dos estabelecimentos não acontece mais. Apenas a coleta de lixo. Professores têm cota para impressão de provas. Uma das linhas de ônibus interna foi suspensa. Mais de 5.600 bolsas da Capes foram cortadas. É o valor que os golpistas neoliberais dão ao desenvolvimento científico nacional.
Na UFRGS, melhor universidade do país, não há qualquer verba para os últimos 3 meses de 2019. Contas estão atrasadas e 300 funcionários já foram dispensados. Na UFRJ, funcionários do alto-escalão precisarão devolver telefones celulares, e viagens internacionais para eventos foram canceladas. Na UFF, 400 funcionários já foram dispensados, e a expectativa é demitir outros 290 até o final do ano.
Na UFBA, os vigilantes fizeram uma paralisação, forçando a universidade a fechar as portas durante a noite. Ar condicionado, viagens de laboratório e compras de materiais de laboratório estão suspensos. Em situação parecida estão os campi da UFPE, UFPR e UFMT.
As refeições dos restaurantes universitários declinam em qualidade e quantidade. Restaurantes de vários campi da Universidade Federal de Santa Catarina correm o risco de fechar até o final do ano. Inicialmente, a reitoria havia informado que precisaria cancelar 12 mil passes, das 15 mil pessoas que são atendidas atualmente. Com a reação negativa, a administração declarou que manterá o serviço funcionando “ate acabar o dinheiro” – provavelmente no meio de setembro. A UFSC também cancelou o Sepex – Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão – maior evento científico do estado, que ocorre a 18 anos.
Este é o cenário catastrófico que o golpe tem a oferecer às universidades brasileiras.