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E a indústria?

Salão de beleza e academias, uma falsa polêmica

Bolsonaro propõe reabrir academias e salões como estratagema para avançar na abertura geral de toda a economia, expondo os trabalhadores aos riscos da contaminação

O crescimento exponencial do número de infectados no país e, por conseguinte, das mortes pela Covid-19, caracterizando uma verdadeira catástrofe epidêmica, é o resultado inevitável da política que vem sendo adotada pelo governo genocida, desde quando começou a eclodir em todo o país os casos de infecção pelo coronavírus.

Os mais atingidos por esta política de absoluto descaso, abandono e negligência oficial são os trabalhadores e a população pobre, os mesmos que buscam alguma assistência do Estado sem, no entanto, verem atendidas as suas necessidades básicas de saúde, diagnóstico, tratamento e internação na rede pública hospitalar, já colapsada em muitos estados.

Nos estados, os governadores reproduzem esta mesma política, buscando, obviamente, se diferenciar da inércia federal, adotando iniciativas supostamente eficazes para garantir o atendimento da população, sem, no entanto, apresentar qualquer resultado efetivo que reverta o quadro dramático da pandemia, pois crescem cada vez mais as mortes e o número de infectados em todos os estados.

No que diz respeito ao isolamento social e a quarentena, estas se apresentam como uma completa falácia, em particular para os trabalhadores, impedidos, pela sua condição social, de praticar o confinamento. Ao contrário, a massa trabalhadora está obrigada a se expor aos riscos da contaminação pelo vírus, pois está coagida pelos patrões a comparecer ao trabalho, se deslocando em transportes superlotados, insalubres, expostos diretamente ao contágio.

Nesta semana, foi anunciado pelo presidente fraudulento e golpista, Jair Bolsonaro, a reabertura das academias de ginástica, salões de beleza e barbearias. Os protestos se sucederam, vindo dos mais diversos setores, inclusive da esquerda, através dos sindicalistas e dirigentes da Central Única dos Trabalhadores e parlamentares. Mas uma pergunta, necessariamente, se impõe. Porque não há protesto e indignação contra a decisão de declarar a atividade industrial e a construção civil como essenciais, atividades que concentra e aglomera milhares de operários e trabalhadores em unidades fabris e canteiros de obra?

Na verdade, o que ocorre – e isto deve ser denunciado – é que a medida nada mais é do que uma rasteira propaganda política, preparando a reabertura de toda a economia, pois é este o desejo do governo, que tem como porta-voz e propagandista o próprio presidente genocida.

Neste sentido, é rigorosamente inaceitável que a CUT e outros dirigentes da esquerda somente protestem contra a reabertura das academias e salões e não se pronunciem sobre a exposição à contaminação que os trabalhadores da indústria e demais ramos da economia estão sujeitos. “Abrir esses comércios é colocar em risco a vida desses trabalhadores e da população que frequenta esses locais. No mundo inteiro, as autoridades de saúde têm alertado que salões de beleza, academias de ginástica e barbeiros são equipamentos com alto risco de transmissão” (site da CUT, 14/05,  disse o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP). Reiteramos aqui a pergunta: e os demais trabalhadores, de outros ramos da produção, como ficam? Quem os defenderá?

Desta forma, os protestos da esquerda, da CUT e seus dirigentes são inócuos e não têm serventia alguma para o trabalhador e sua família, que estão obrigados a se empoleirar nos transportes fétidos, insalubres e contaminados para chegarem ao trabalho, onde também estarão ainda mais expostos aos riscos do contágio. Portanto, é mais do urgente e necessária uma campanha que não só denuncie o caráter reacionário, direitista  e genocida das medidas do governo, que beneficia os capitalistas em detrimento dos trabalhadores e da população pobre, mas que também coloque na ordem do dia a ruptura com a política de colaboração de classes da esquerda, que deve romper com a paralisia e a inércia, organizando a mobilização e a luta dos trabalhadores em defesa das suas condições  de vida, exigindo o atendimento nos hospitais, a realização de testes em massa, colada à luta pelo “Fora Bolsonaro, fora todos os golpistas, por novas eleições gerais, assegurados os direitos políticos do ex-presidente Lula.

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