Por volta das 5h da manhã do domingo (1°),nove pessoas morreram na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo, devido a uma ação da Polícia Militar durante um baile funk. As vítimas eram jovens com idades entre 14 e 23 anos. Os policiais alegaram que estavam perseguindo dois bandidos que teriam ido parar no baile quando estavam fugindo. Os moradores, no entanto, denunciam uma emboscada, em que as três saídas do baile foram bloqueadas e os frequentadores, em um ambiente lotado, ficaram sem ter para onde correr enquanto eram atingidos por bombas de gás, spray de pimenta e golpes de cassetete. Vídeos na Internet mostram policiais agredindo jovens rendidos durante o evento.
Na realidade, entre pisoteados e vítimas de agressões policiais, os jovens que morreram foram assassinados pela ação da PM em Paraisópolis. São eles: Gustavo Xavier, de 14 anos, Marcos Paulo Oliveira, de 16 anos, Dennys Guilherme dos Santos, de 16 anos, Denys Quirino, de 16 anos, Luara Victoria de Oliveira, de 18 anos, Gabriel Rogério de Moraes, de 20 anos, Eduardo Silva, de 21 anos, Bruno Gabriel dos Santos, de 22 anos e Mateus dos Santos Costa, 23 anos.
Os bailes funk, como festas de jovens que acontecem na periferia, são um alvo recorrente da polícia no último período. Faz parte de uma política mais geral de aterrorizar a população pobre das periferias de todo o país, como estratégia da burguesia para conter a revolta popular contra o regime político. As agressões e execuções feitas pela PM nos bairros da periferia são parte de uma política sistemática.
Dessa vez, no entanto, a proporção da chacina provocada pelos policiais de Doria mostra uma exacerbação da ferocidade da direita golpista contra o povo. A direita já deu declarações explícitas de que pretende massacrar os trabalhadores se a revolta que se alastra pela América Latina se desenvolver com a mesma intensidade no Brasil. As atrocidades da direita contra o povo já são uma demonstração de intensificação da repressão com esse objetivo.
Os trabalhadores não podem aceitar a política de terror da direita, os massacres, chacinas e o continuado genocídio de pobres e negros nos bairros operários das grandes cidades. É preciso reagir contra os governos de João Doria, em São Paulo, e de Jair Bolsonaro, em todo o Brasil. É hora de sair às ruas e exigir o fim desses governos, assim como o fim da PM. Antes que essas instituições exterminem mais e mais pessoas. Dia 5, quinta-feira, um ato na Av. Paulista marcou o protesto, um dos que devem se desenvolver no próximo período contra a chacina de Doria, pelo “fora Doria“ e o “Fora Bolsonaro”!