Da redação – O Ministério de Relações Exteriores da Rússia denunciou que o governo da Ucrânia está preparando uma nova ofensiva militar para invadir a região separatista do Donbass, no leste do país.
De acordo com Maria Zakharova, porta-voz da chancelaria russa, Kiev utilizaria como desculpa a aplicação da lei marcial (decretada no último dia 26) nas regiões de Donetsk e Lugansk, que ficam no Donbass, através de uma ofensiva que poderia ser iniciada pela cidade de Mariupol, no sul de Donetsk.
“Segundo as informações que temos, Kiev planeja realizar uma provocação armada na linha de separação [entre o resto da Ucrânia e o Donbass] para depois, aproveitando a lei marcial que abarca as províncias de Donetsk e Lugansk, entre outras, lançar uma ofensiva enérgica na zona de Mariupol com o objetivo de se apoderar dos territórios na costa do mar de Azov controlados por Donetsk e avançar para a fronteira com a Rússia”, disse Zakharova.
Tal ofensiva de guerra contra as regiões independentistas daria ao regime do presidente ucraniano Petro Poroshenko “um pretexto para prolongar a lei marcial e inclusive cancelar as [eleições] presidenciais” que ocorrerão em março e as quais Poroshenko tem poucas chances de ganhar.
A lei marcial está prevista para durar mais duas semanas. Ela foi decretada após a Rússia apreender três navios de guerra ucranianos que cruzavam sem autorização o estreito de Kerch, entre a Crimeia e a Rússia continental, vindos do Mar Negro para o Mar de Azov. A navegação foi considerada uma provocação por parte da Rússia, enquanto a Ucrânia se utilizou da prisão dos barcos e dos tripulantes para alardear um risco à segurança nacional do país, aplicando assim a lei marcial.
Tal lei foi estabelecida em dez regiões da Ucrânia, entre elas Donetsk e Lugansk, as quais Kiev não tem autoridade prática, uma vez que são controladas por milícias independentistas desde 2014, que se rebelaram contra o golpe de Estado patrocinado pelo imperialismo e declararam unilateralmente as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk.