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Anti-imperialismo

Rússia cria projeto contra censura dos monopólios da internet

Uma medida de autodefesa diante da ofensiva imperialista contra a imprensa russa, que deve ser apoiada contra o imenso aparato ideológico dos EUA

Na última quarta (30) o governo de Vladimir Putin aprovou projeto de lei que proíbe redes sociais como Google, Facebook e Twitter, de praticarem censura baseada em nacionalidade, idioma, origem ou mesmo como introdução de sanções políticas ou econômicas contra a Rússia.

A medida é uma reação contra as empresas que compõem o monopólio da tecnologia mundial, como Google, Twitter e Facebook, que vem adotando nos últimos anos cada vez mais medidas contra veículos de comunicação russos, como Russia Today (RT) e Sputinik News, impondo-lhes a censura baseada em justificativas como tratarem-se de uma “imprensa afiliada ao Estado” ou mesmo de propagarem “fake news” que teriam influenciado na eleição de Donald Trump nos EUA.

Google

O Youtube, empresa que pertence ao Google, passou a censurar vídeos que falam em fraude eleitoral nos EUA em 2020, ou seja, que denunciavam a eleição fraudulenta de Joe Biden (Democratas), uma clara medida para acobertar a manobra gigantesca que o imperialismo norte-americano fez para eleger seu principal candidato.

Essa ofensiva para controle ideológico dos acontecimento mundiais não é de agora, no entanto. Ainda em 2017, Eric Schmidt, bilionário do Google, anunciou que os engenheiros estavam trabalhando “na detecção e desclassificação de sites (como RT e Sputinik News)” para evitar que seu conteúdo fosse entregue a um grande público. Ele afirmou que seriam inseridos novos algoritmos no motor de busca, que tornariam mais difíceis a exibição de artigos, dos veículos russos citados acima, no “Google News” (Google Notícias).

Após a declaração de Schmidt, na época a editora-chefe da RT, Margarita Simonyan, protestou:

É bom ter o registro do Google desafiando toda lógica e razão: os fatos não são permitidos se eles vierem da RT por causa da Rússia… mesmo que tenhamos o registro do Google no Congresso dizendo que não encontraram manipulação de sua plataforma ou violações de sua política por parte da RT .”

Twitter

Em 2020 o Twitter anunciou a remoção de mais de 32 mil contas (32.242) vinculadas à China (23.750), Turquia (7.340) e Rússia (1.152). De acordo com a empresa, 150 contas foram excluídas, classificadas como “periféricas” – que teriam a função de divulgar os conteúdos produzidos pelas contas principais nas redes sociais.

Desde 2017 o Twitter, proibe a RT e o Sputinik News de utilizarem publicidade na rede social, acusando-as de terem interferido nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016, que deram a vitória a Donald Trump (Republicanos).

Na ocasião, a editora-chefe do RT, Margarita Simonyan, afirmou que a medida era lamentável:

“Nunca pensei que o Twitter estava sob controle do serviço secreto dos Estados Unidos, parecia-me ser teoria da conspiração, mas o Twitter acaba de confirmar.”RT boss Margarita Simonyan eclipses Hillary Clinton on Forbes power list | World | The Times

Putin e Margarita Simonyan. Segundo a editora-chefe da RT, a medida poderia afetar os canais de mídia americanos situados na Rússia.Já o Ministro das Relações Exteriores da Russia, Sergey Lavrov, em entrevista à Agência de Notícias russa Ria Novosti, qualificou a medida como “um gesto agressivo (…) que é resultado da pressão de uma parte do ‘establishment’ americano e os serviços de inteligência”. Segundo Lavrov, “as medidas de retaliação, naturalmente, virão”.

Facebook

Facebook left spinning by Russian revelations | Financial Times
Argumento de que a Rússia influenciou na eleição de Trump serviu de desculpa para o Facebook censurar páginas da imprensa russa.

A rede social de Mark Zuckerberg, por sua vez, anunciou na metade de 2020 que começaria a colocar etiquetas nas páginas dos veículos de comunicação estrangeiros, para informar ao usuário os que são financiados pelos respectivos governos. O Facebook definiu “imprensa controlada pelo Estado” como veículos que, na opinião da plataforma, têm controle editorial exercido de maneira parcial ou total por governos. Muito semelhante à etiqueta do twitter de “imprensa afiliada ao Estado”.

Dois pesos, duas medidas

No entanto, essas medidas ditatoriais adotadas por Google, Facebook e Twitter contra a Rússia, não foram aplicadas a veículos de comunicação de países imperialistas, como Deustche Welle (Alemanha), a France 24 (França), a BBC (Inglaterra).

Ou seja, além de tornarem postagens muito mais difíceis de serem encontradas, as redes sociais dos EUA rotulam fontes russas como “imprensa afiliada ao estado”, como “fake news” e como conteúdo duvidoso, no entanto, a BBC, que é financiada pelo governo britânico, aparece nas redes sociais como veículo “neutros”.

Essa censura contra os veículos russos gera uma redução forçada do número de seus leitores. Tem o claro objetivo de sufocá-los financeiramente. Um verdadeiro cerco contra a liberdade de imprensa.

Autodefesa contra o imperialismo

Quando o interesse era eleger Hillary Clinton (Democratas) em 2016, a Rússia foi acusada de seus veículos estarem favorecendo Donald Trump (Republicanos). Em 2020, quando o interesse do imperialismo era eleger Joe Biden (Democratas), o google/youtube, censuraram publicações que denunciassem a fraude eleitoral. A ofensiva das “big techs” norte-americanas, ou seja, do imperialismo, é uma ditadura ideológica sobre o que deve ou não ser considerado jornalismo. Neste sentido, o projeto de lei aprovado na Rússia, que proíbe explicitamente a censura por parte das redes sociais é uma medida de autodefesa diante da ofensiva imperialista contra a imprensa russa, que deve ser apoiada contra o imenso aparato ideológico dos EUA.

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