Nesta quinta (21), Sergei Lavrov, chanceler da Rússia, condenou a inclusão de Cuba na lista de países “patrocinadores do terrorismo” do Departamento de Estado dos Estados Unidos.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, justificou a inclusão “por Cuba apoiar repetidamente atos de terrorismo internacional, fornecendo abrigo seguro a terroristas”. Ele ainda afirmou que Cuba oferece refúgio a fugitivos dos Estados Unidos, se recusa a extraditar comandantes da antiga guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e, por último, pelo fato do governo da ilha contar com o apoio do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, também repudiou a atitude dos Estados Unidos e afirmou que isto impacta o investimento estrangeiro direto na ilha, o que agrava a situação do povo cubano em meio aos esforços reconhecidos internacionalmente de combate ao COVID-19.
Em 2015, a ilha caribenha foi retirada da lista. No dia 11 de janeiro de 2021, ainda sob administração de Donald Trump (Partido Republicano), o governo americano se decidiu pela sua reinserção.
Constam na lista os seguintes países: Venezuela, Síria, Irã e Coreia do Norte. Uma vez inclusos na lista, os países tornam-se alvo de sanções políticas, econômicas e diplomáticas do governo dos Estados Unidos, o que coloca a possibilidade de uma intervenção militar estrangeira. Os americanos consideram os países que têm governos que questionem – mesmo que moderadamente – sua dominação mundial e procurem defender sua soberania nacional como “patrocinadores do terrorismo”.
Os cubanos vivem sob um bloqueio comercial desde 1961. Isto significa que há uma série de restrições por parte dos Estados Unidos aos países e empresas que procurem comercializar com Cuba, o que é um fator que impede o desenvolvimento do país e impacta diretamente na qualidade de vida do povo. Estudos de economistas estimam na ordem de dezenas de bilhões de dólares as perdas da economia da ilha em virtude das consequências do bloqueio. Nos últimos anos, as medidas de bloqueio têm se intensificado.
É importante destacar que o governo cubano, considerado “patrocinador do terrorismo” pelos Estados Unidos, forneceu brigadas de médicos para outros países com o intuito de contribuir no enfrentamento à pandemia do coronavírus. Na Itália, por exemplo, os cubanos tiveram papel de relevo nos esforços de combate à doença, o que foi reconhecido pelos próprios italianos. Inclusive, cogitou-se a concessão do Prêmio Nobel da Paz para Cuba.