O chanceler da Rùssia, Serguei Lavrov, anunciou um acordo de cessar-fogo entre o Azerbaijão e a Armênia, após dez horas de negociações com Ceyhum Baymarov (Azerbaijão) e Zohrab Mnatsakanyan (Armênia) em Moscou.
Em pronunciamento, o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, afirmou aceitar os ponto de negociação propostos pelos russos, franceses e americanos. Contudo, espera o que chamou de “desocupação” do território azeri por parte dos armênios. Caso se confirme o acordo de cessar-fogo, será uma importante vitória política para o governo Vladimir Putin.
O conflito entre as duas ex-repúblicas soviéticas acontece na fronteira russa, região do Cáucaso. O episódio representa um grande risco de desestabilização para a Rússia, devido ao perigo de evolução para um conflito regional, que envolveria militarmente potências como Turquia e Irã.
A guerra entre a Armênia e Azerbaijão estourou no domingo (27/09) em torno da posse da região de Nagorno-Karabakh, fronteira entre os dois países. Com a dissolução da União Soviética, a posse do referido território ficou em aberto. Os dois países afirmam seu direito sobre Nagorno-Karabakh, que se reivindica como uma república independente, sem reconhecimento internacional.
A Turquia declarou apoio ao governo do Azerbaijão, tanto no aspecto político quanto militar. O governo iraniano declarou neutralidade, mas pode vir a se envolver caso o conflito evolua.
A questão está em um impasse. Não se sabe qual será se desenvolver em uma guerra que envolva outros países ou se irá acabar sem grandes confrontos. A presença de países como Inglaterra, França, Alemanha e Estados Unidos é históricas nestes conflitos regionais.
O que quer que venha a acontecer, o fato é que o conflito entre os dois países caucasianos é reflexo da crise mundial do sistema capitalista e expressão de sua desagregação acelerada. A última vez que eclodiu uma guerra entre os dois países foi no período de dissolução da URSS, morrendo mais de 30 mil pessoas.
A região de Nagorno-Karabakh, localizada no interior do Azerbaijão, possui 140 mil habitantes e 99% de população armênia. De acordo com dados oficiais, os combates já deixaram um saldo de 300 mortos. Diversas cidades já foram alvo de bombardeios. Ambos os países se acusam mutuamente de bombardear áreas civis e violar os termos do acordo de cessar-fogo.
É preciso acompanhar com cuidado a situação política nas fronteiras da Rússia. O imperialismo atua, desde há muito, com o intuito de instalar bases militares nas fronteiras russas.