Da redação – Ao vivo, agora, na Análise Política da TV 247, o presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, foi questionado sobre o posicionamento do partido contra as ameaças dos militares, aproveitando para esclarecer pontos históricos da luta contra a Ditadura Militar de 1964 e, relacionado a isso, a questão das eleições não serem o fundamental.
“Isso de partido institucional não existe. A história, a política é uma coisa de gente grande, tem momentos, como na ditadura, que, ou você batia de frente com esses generais – que são os mesmos de hoje – ou a gente iria ficar sob a ditadura o tempo todo. Se fosse assim a gente tinha ficado na ditadura.
[…]
O problema aqui não é o Haddad, o problema é o Lula. O problema é que eu vivi a ditadura e eu conheço esses generais, e quando eles vão a público e falam: ‘cuidado que eu vou descer a ripa na sua cabeça’, você está sob controle deles. Eles só recuaram com medo do povo! Militar não tem medo de político, político é assim: todos os políticos de esquerda, quando Bolsonaro foi esfaqueado, se solidarizaram com ele. Que se solidarizar nada, esse sujeito está ameaçando as pessoas há quatro anos. Ele nunca fez nada? Ele manda outros, a coisa é organizada. E ele não falou pra deputada do PT: ‘eu não te estupro porque você não merece’? Alguém do PT deveria ter levantado e dito assim: ‘então vem aqui se você é tão machão assim!’.
Eu falo da ditadura de um ponto de vista teórico, mas eu vivi o processo de derrubada da Ditadura. Eu participei dos processos, eu já era militante naquela época. Se o povo não se levantasse contra o regime você poderia fazer eleições à vontade. O MDB, só pra informar um esclarecimento histórico, só venceu eleições em 1974, e a ditadura só foi substituída por um governo civil em 1985, 11 anos depois. E o direito de manifestação só foi conquistado pelos estudantes nas ruas e pelos metalúrgicos nas ruas nas greves de 1977 e 1978.”