Transcrevemos abaixo um trecho da Análise Politica da Semana, no qual o companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, esclarece a luta interna, entre a ala direita e a ala esquerda do PT.
“Um aspecto do problema da esquerda, que a gente tem que deixar absolutamente claro é o seguinte: dentro do PT há uma luta muito intensa, entre a ala direita e ala lulista do PT. Logicamente eles vão procurar chegar a um acordo. A política do Lula sempre foi de tentar chegar a um acordo.
Mas o que está em jogo? Desde quando começou o processo do mensalão, há uma ala que diz que é preciso fazer a autocrítica e fazer uma renovação. Trata-se de uma campanha confusa, por que eles procuram não ser explícitos em relação a de que critica se trata, pois o PT tem muita coisa a ser criticada.
Algumas pessoas podem entender que a critica é porque o PT fez aliança com a burguesia no governo. Eles até insunam isso dai. Eles falam das relações do PT com as empreiteiras, as construtoras, da relação da cúpula do PT com a burguesia, dando a entender que eles são contra a relação do PT com a burguesia. Na realidade, não tem nada a ver com isso. A autocrítica que eles pedem relaciona-se com as acusações dos supostos envolvimentos de corrupção dos dirigentes do PT. O Lula, José Dirceu, Dilma Rousseff teriam que fazer autocrítica e recitar o mea culpa, bater no peito e confessar a corrupção. Isso, logicamente, os colocaria para fora do quadro politico. Então, essa ala direita é defensora da campanha anticorrupção, ou seja, da campanha do imperialismo, da Lava Jato, da direita pro-imperialista de perseguição ao PT. Eles mantêm essa posição até agora.
A renovação do PT que eles pretendem é livrar o PT de todos os setores que fazem uma contraposição com os setores pró-imperialistas dentro do estado. Ou seja, a politica do Lula de relações com a Venezuela, Cuba, a Bolívia. Teria que transformar o PT em um PSDB, um “PSDB das origens”. Porque o “PSDB das origens” era assim, uns intelectuaiszinhos que tinham vindo da esquerda, José Serra, Fernando Henrique Cardoso, um pessoal que a politica burguesa tinha deixado deserdados. Eles tentaram competir com o PT e a CUT para conseguir apoio de massas e acabaram se vendendo completamente para a burguesia.
A ala da direita quer fazer esse itinerário, voltar a época em que os intelectuais do PSDB ainda não tinham se vendido completamente a burguesia, começar daí. E quem sabe um dos intelectuais do PT, Fernando Haddad, Tarso Genro, ou outro não se transforme em um novo Fernando Henrique Cardoso, com apoio da burguesia.
Eu acho que nos podemos comparar isso que esta acontecendo no PT com o que aconteceu com o Partido Trabalhista britânico, com o Tony Blair. Ele veio e falou, nós precisamos ter um governo completamente subserviente ao imperialismo britânico e, para isso, nos não podemos ter a influência dos sindicatos, que sempre tiveram muita influencia no Partido Trabalhista. Ele foi lá mudou a legislação do partido, excluiu os sindicatos, assumiu o governo e fez um governo totalmente pró-imperialista. O governo foi tão ruim para a população que ele não tem mais peso dentro do Partido Trabalhista.
Então, a renovação do PT é uma espécie de Novo Trabalhismo, aos moldes do que aconteceu no Partido Trabalhista“
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