Rui Costa Pimenta destaca a força da atual palavra de ordem FORA BOLSONARO e traça o um paralelo entre o cenário brasileiro e o francês.
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“Apesar do pessoal na sua própria cabeça ter virado a página do golpe, ninguém conseguiu virar a página do golpe e todo mundo está olhando agora que não dá para aceitar esse governo como legítimo, não dá pra fazer essa farofada parlamentar.
Nós lançamos a palavra de orem fora Bolsonaro, para mostrar que tudo isso é uma fraude e pessoas como o presidente do PT do Rio de Janeiro (Qua Qua) falou que “fora Bolsonaro” é uma estupidez. No final o PSOL e o PT não compareceram à posse do Bolsonaro. Ou seja, depois de eles terem feito todo mundo virar a página do golpe, eles mesmos estão percebendo que não dá pra virar a página do golpe. Porque se fosse mesmo para virar a página do golpe, tinha que ir na posse beijar a mão do Bolsonaro.
Aí nos temos o resumo do que foi o ano. No centro dos acontecimentos sempre esteve a figura do Lula e continua até agora, porque a vitória do golpe com a eleição do Bolsonaro é precária. As contradições continuam todas aí, não foram superadas. Para que o governo se consolide, ou seja, para que o golpe consiga se consolidar ainda há enfrentamentos que precisam ser realizados com a população.
Nós vimos uma coisa bastante gratificante que foi a mobilização dos funcionários públicos contra o plano criminoso de previdência da prefeitura de São Paulo. Isso é um sinal bastante positivo de que vai haver reação da população contra o plano de guerra contra o povo de Bolsonaro.
Uma outra coisa bastante positiva que a gente deve levar em consideração é o que aconteceu na França. Do ponto de vista do que foia a eleição francesa e do que foi brasileira, guardadas as proporções, o Bolsonaro é uma espécie de Macron brasileiro. Macron foi eleito lá a custa de uma imensa quantidade de manobras espúrias, ocultamento de informações, conspiração da bastidores, de uma certa maneira que eles pegaram uma pessoa que tinha 22% dos votos e fizeram ganar a eleição em segundo turno com 60% de votos.
Aqui a manobra foi ainda mais escandalosa e tem as mesmas implicações. O Macron, consciente da fraqueza tratou de se estabelecer como governo ultra poderoso, mas a mobilização dos coletes amarelos acabou com a farsa acabou com a farsa de que era um governo popular.
No caso do Bolsonaro vimos declarações vindas da esquerda de que o governo é legítimo, que temos que torcer para dar certo, que foi eleito democraticamente etc. Que são claramente manifestações que tentam dar sustentação a um governo que não tem sustentação.
A situação será definida pela luta, mas para que essa luta dê certo é essencial clareza política.”