Reproduzimos abaixo um trecho da Análise Política da semana, programa da Causa Operária TV, onde o o companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO fez um breve comentário sobre a discussão do caráter do governo Bolsonaro, e se o governo seria um governo fascista.
https://soundcloud.com/radiocausaoperaria/o-governo-bolsonaro-e-ou-nao-e
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“Um argumento que tem aparecido cada vez mais e que eu queria colocar o pessoal em guarda contra esse argumento, que é o seguinte. É o argumento assim, ele é até razoável, mas razoável apenas de um ponto de vista acadêmico. Na prática, ele é uma política de capitulação. Que é o seguinte… Tem se multiplicado matérias, artigos e declarações dizendo o seguinte: o governo Bolsonaro não é fascista. Aí explicam… Falam que o pessoal não entende o que é o fascismo. Toda uma ‘lenga lenga’ acadêmica. Logicamente que do ponto de vista rigoroso, o governo, até o momento, não se manifesta como um governo fascista. Mas porque que o pessoal faz questão de falar que ele não é um governo fascista? Eles querem reservar essa denúncia do fascismo pra uma situação pior do que a do Bolsonaro? Nada! Eles falam assim: – Pode ficar tranquilo. Esse governo aí é um governo em última instância democrático. O Bolsonaro é de extrema-direita. Algumas pessoas colocam em questão se ele pessoalmente é de extrema-direita. Mas o governo é um governo normal, o que é uma declaração totalmente absurda. Porque, mesmo que o governo fosse do Padre Júlio Lancelot, não seria um governo normal, não seria democrático. Porque o governo é produto do golpe de Estado, de uma fraude e do desmantelamento da constituição nacional. O governo já é uma ditadura. É uma ditadura dirigida por um grupo de pessoas de extrema-direita. Porque esse grupo que está no governo, esses são todas fascistas. Isso já é mais difícil da pessoa não reconhecer. Quer dizer, nós estamos diante de um movimento que se inclina claramente no sentido da extrema-direita.”
“Como é que vai se desenvolver esse governo? Se você deixar esse governo se desenvolver tranquilamente, sem antagonismos, sem um enfrentamento sério, sem pressão, ele vai se desenvolver cada vez mais à direita. Quer dizer, de qualquer maneira, se o governo não é fascista hoje, no dia 5 de janeiro de 2019, é um governo que evolui nesse sentido. Falar simplesmente que o governo não é fascista é jogar fumaça sobre os olhos da população. Que é falar pro pessoal ficar aí, esperar a eleição municipal de 2020. “Importante eleição municipal que vai definir muita coisa nos rumos do Brasil né…” Nem a eleição presidencial define grande coisa, imagina a eleição municipal. E depois a gente esperaria a eleição de 2022, que aí sim, né… O Lula continua preso… Aí o Haddad se candidata de novo. Depois de todas essas declarações absurdas que ele deu. E assim nós chegaremos né, por vias muito misteriosas à libertação total do povo brasileiro. É evidente que nós estamos diante de uma política muito capituladora e isso daí tem que ser assinalado.”