Participante das quintas-feiras do programa Café da Manhã do canal DCM no YouTube, Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), fala sobre os assuntos mais atuais da política brasileira com Leandro Fortes, apresentador de casa.
Leandro já começa a entrevista perguntando a Rui sobre a pandemia do novo coronavírus (covid-19), constatando as mortes diárias de 1.890 pessoas e mais 14 milhões de infectados, e que, mesmo assim, Bolsonaro continua “negacionista” sobre a situação, incluindo o uso de máscaras, contra o lockdown, contra a vacinação (…) e o questiona se o país está em um “beco sem saída” ou se a única saída seria uma ação política popular. Em resposta, Rui afirma que esse era um ponto de catástrofe já previsível, evidenciando a falta de atuação do poder público sobre a situação e que o principal culpado é, de fato, Jair Messias Bolsonaro (sem partido), atestando a irracionalidade do presidente de lidar com a situação.
Segundo Rui, a única medida correta tomada pelos governos foi o isolamento social, mas ainda assim, afirma que não é garantia de muita coisa, pois o mesmo é insuficiente, mesmo que fosse feita de maneira correta; Rui pontua a irrealidade do isolamento, e destaca “Nós vimos ontem o João Dória ontem na televisão criticando todo mundo, criticando inclusive a população brasileira pela pandemia, mas ele decretou o estado vermelho em São Paulo, só que um conjunto de atividades vão funcionar normalmente, inclusive as escolas, ou seja, nós passamos aí para uma situação onde a farsa fica completamente exposta”, e com isso constata “(…) houve um erro, inclusive em grande medida das forças populares e da esquerda de não denunciar essa situação logo no começo. O pessoal se concentrou em denunciar logo o Bolsonaro, que é correto, logicamente, mas esqueceram que os outros não são muito melhores que o Bolsonaro. Entre Dória e Bolsonaro a diferença é absurdamente irrelevante. Nessa altura do campeonato a medida aqui é exigir que apareçam-se as vacinas. Eu concordo sim, nós temos que sair às ruas pedindo a vacina.”, Rui continua o discurso chamando as quase duzentas mortes diárias de chacina e que o conteúdo seria “político e social”, pontuando também a eventual crise econômica que afetará a população, e acusa o poder público de incompetente ao falar sobre a falta de vacinas.
“Qual foi a última vez em que algum acontecimento levou a meio milhão de mortes no Brasil?” Rui comparou as mortes pelo coronavírus às guerras na Síria e do Iraque. Rui insiste que a solução está em o povo ir às ruas exigindo a vacina “(…) vou dizer uma coisa, pode ser que muita gente não goste de ouvir, mas está na hora de perder a esportiva e começar a quebrar coisa, se não aparecer a vacinar, começar a perder completamente a esportiva, não é possível isso continuar, nós estamos com 250 mil brasileiros mortos pela epidemia (…) está total e completamente fora de controle e o pessoal não explica para ninguém onde é que estão as vacinas, quando é que vão chegar, qual o período de vacinação, ninguém fala absolutamente nada claro” conclui.
Leandro Fortes concorda e segue dizendo “e o gatilho dessa explosão será a fome”. A análise passa a mostrar que o problema social também se tornará um problema econômico devido a enorme crise sanitária do país e fala da grave alta dos preços e em como o auxílio não está de acordo com a realidade do brasileiro. Rui concorda e segue dizendo que o poder público só irá se mexer a favor do povo na hora em que a corda arrebentar, um fato da nossa realidade. “Enquanto o povo não se mexe de maneira expressiva, eles não fazem nada porque eles não ligam para a população. Só o medo faz com que eles atuem (…)”.
Para Rui, o lockdown só poderia dar certo se o governo sustentasse o povo, mas que nas condições em que o auxílio “não dá nem para comer” e nas condições que em que “o pessoal não tem dinheiro” poderá finalmente levar a uma explosão. O apresentador acusa os demais partidos de esquerda por terem em seus discursos algo muito conceitual, acadêmica e parlamentar, mas que ninguém fala sobre as possíveis explosões nas ruas, visto que a realidade da população está entrando em um colapso sem saída “O PCO tem um tipo de liderança muito importante, que é trabalha aí na base com a indignação da população, os partidos têm que admitir isso”.
Rui segue a discussão falando em como os soldados da Polícia Militar estão muito nervosos com uma possível explosão nas ruas constando que eles se mostram cada vez mais raivosos e radicalizados. Em contrapartidas, à medidas em que começam os atos pelo fora Bolsonaro, pela vacinação em massa e pelos direitos políticos do presidente Lula, a resposta da população é muito vibrante “(…) Não há dúvida que o clima do país está se intensificando”, e pede à esquerda que chame o povo às ruas, especialmente para a questão da vacinação da população e pelo auxílio emergencial. “(…) Não adiante você dizer fica em casa e morre de fome em casa” e se preocupa em dizer que as mortes podem dobrar em pouco tempo.
O programa segue contando com mais um convidado, Jacques Pena, ex-presidente do BRB, no qual Leandro pede a ambos para falarem sobre os desvios de recursos públicos, inclusive sobre o financiamento do banco público de Brasília ao senador Flávio Bolsonaro.
Rui começa falando sobre a farsa de toda a campanha política feita contra o PT, indagando que foi o suficiente para encarcerar o ex-presidente Lula, enquanto que no caso do filho do presidente, mesmo com grandes evidências sobre desvios de recursos, com evidente obrigação de prestar contas, nada acontece. Com isso, Rui mostra que o interesse da imprensa e da justiça brasileira de manter a Lava Jato e não de se fazer justiça “A corrupção só aparece quando se trata de fazer ajuste político”.
Fortaleça a imprensa operária, toda quinta-feira, no programa “Café da Manhã” tem a participação de Rui Costa Pimenta, bem como às terças-feiras na TV 247. Confira também a programação do Canal da Causa Operária TV no site https://cotv.causaoperaria.org.br/ e assista ao vivo as melhores e mais assertivas análises políticas do mundo.
