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Rui Costa Pimenta: “Bolsonaro é impopular”

Em todos os sábados, às 11h30, com transmissão direto do auditório do Centro Cultural Benjamin Péret em São Paulo, o Partido da Causa Operária abre as suas portas para o público em geral, com um programa apresentado pelo seu presidente nacional, Rui Costa Pimenta, e intitulado de Análise Política da Semana, objetivando lançar um olhar sobre os acontecimentos da semana, se utilizando de um método com base no materialismo histórico e dialético, de Karl Marx, e que tem, por isso mesmo, como protagonismo a luta de classe travada no cenário político e social no Brasil, levando, inclusive, em consideração, o cenário político mundial dessa luta.

A seguir, foi publicado um momento da análise que fez no sábado do dia 18 de maio de 2019, e que nos elucida a precipitação em queda do governo Bolsonaro. Vejamos:

(…) A mobilização ela meio que colocou na pauta, colocou na ordem do dia, o problema do fim do governo bolsonaro, é um governo liquidado, o que não significa que ele será liquidado formalmente, não estou dizendo isso, mas ele é um governo, para todos os efeitos, um governo liquidado.

Uma outra coisa que aconteceu esses dias agora, não é? Recentemente. E que mostra que o governo é um governo em liquidação, é o fato de que o Congresso apresentou um outro projeto de reforma da previdência. Meio que assim: o Congresso desautoriza o presidente da república. Em um certo sentido, tirou dele a capacidade de governar. A própria carta fala que ele não fez nada, que ele não conseguiu fazer nada, que ele tentou mas não conseguiu fazer nada. Quer dizer que é meio que uma declaração de impotência do governo Bolsonaro.

Qual é a relação da mobilização com essa situação que se criou? Porque, logicamente, quem acompanha a situação política pela imprensa, nunca vê a ligação, as coisas são sempre desconectadas, não é? Mobilização; o governo; a economia; o imperialismo; a situação internacional; isso é tudo… são compartimentos estanques, que não têm nenhuma via de comunicação. Não é assim! O grande problema do governo Bolsonaro não é a relação dele com o Congresso. Não é nada disso. O grande problema é a falta de apoio popular desde o primeiro momento. Porque se esse governo tivesse apoio popular como falaram, o Congresso e os outros se acomodariam mais à situação. Mas eles rapidamente perceberam que o governo não tem tudo isso.  Ele não tem presença dentro do aparelho do Estado, e ele também não tem apoio popular. Não é?! As coisas foram se revelando aos poucos… o carnaval… porque a esquerda não tirar conclusões, mas a burguesia tira as conclusões. Porque para a burguesia é uma questão de tirar dinheiro, de manter o poder, há verdadeiros interesses em jogo quando eles analisam as coisas. Então eles olharam o negócio do carnaval e falaram: esse governo não tem apoio, como é que ele vai se levantar? Depois eles falaram: nós não precisamos aturar as extravagâncias do bolsonarismo porque ele não está com todo esse cacife para nos impor essas barbaridades.

Já o Mourão tomou a iniciativa de desmantelar parcialmente o governo.

Tudo isso tem como ponto principal, como base principal, a falta de apoio do governo. Um governo que tem apoio resiste melhor a isso daí. O pessoal não vai desafiar toda opinião de gente que acabou de eleger o governo com uma sabotagem tão organizada, tão articulada, e tão intensa como fizeram com o governo Bolsonaro.

Bom, o que é que acontece não é? Eu estava… porque… Eu, em um debate no 247 estava considerando o seguinte que eu queria repetir aqui. Isso foi na terça-feira, antes da mobilização. É … a consideração era a seguinte: que o governo Bolsonaro, ele se mantém e ele não é derrubado pela burguesia, porque, de todos os setores da burguesia, ele é o único que tem uma base social que dá sustentação ao governo. Essa base social, não é, nós destacamos sempre, ela não é ampla, mas ela existe, ela é uma realidade. Não é?! E os outros não têm nada para se apoiar.

Partidos como os partidos do Centrão, eles perderam uma parte da base social, se dispersou, não é?!  Eles incentivaram a classe média aquela classe média moralista e politicamente atrasada a embarcar de cabeça na luta contra a corrupção, e no meio da luta contra a corrupção, os líderes da luta contra a corrupção se revelaram todos, como já era de se prever, não é, uns corruptos enormes. Isso aí cria um desalento no pessoal que eles conseguiram agrupar. Nós temos que lembrar, que quando foi feita a luta contra a corrupção, esses partidos estavam todos em retrocesso. Eles procuraram se recuperar com a luta contra a corrupção, mas eles acabaram, não é, sendo engolidos pela própria campanha que eles fizeram. Uma parte mais radical da base do Centrão, foi para o bolsonarismo, que é a base social do bolsonarismo atual, e uma outra parte provavelmente até foi para a esquerda, foi para a oposição, porque não aguenta mais a situação de crise, a situação de impasse e o beco sem saída que o país está. Não é?!

Então, esses partidos não têm mais condição de criar uma base social para governar no lugar do Bolsonaro. Mas, diante disso, nós fizemos um consideração que era a seguinte: se o movimento de oposição ao Bolsonaro se transforma explicitamente, quer dizer, nas ruas, ativamente em um movimento amplo, já não tem importância do tamanho da pequena base social do Bolsonaro, porque a maior parte do Brasil vai estar contra ele. E foi isso que as ruas demonstraram na quarta-feira. Quer dizer que, em um certo sentido, qual é a base social do Bolsonaro é uma coisa um tanto quanto irrelevante para a situação política. O que nós temos agora é um governo que está confrontado à uma parcela ativa , enorme da população. Ou seja, o que nós temos agora não é um governo com ou sem base social, é um governo que se demonstrou na prática altamente impopular.”

Confira abaixo o link do vídeo na íntegra, dessa parte do discurso do Rui.

Bolsonaro é impopular

 

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