Rui Costa Pimenta explica que as eleições não servem para derrotar o fascismo. Devemos enfrentá-los nas ruas e seguir denunciando o golpe.
“A ideia de construir uma frente fascista eleitoral é uma baboseira. É atrair todo mundo para uma arapuca. Você se junta com alhos e bugalhos, chama a população a depositar todas as esperanças na eleição e quando tudo da errado causa aquela desmobilização gigantesca e os malignos de sempre prevalecem.
A frente antifascista, que é uma proposta elaborada pelo trotskismo na década de 1930, foi criada como uma frente operária para lutar contra o fascismo. E lutar contra o fascismo, se nós formos levar a sério, é lutar contra o fascismo nas ruas.
Hitler não chegou ao poder simplesmente porque recebeu votos. Ele nem recebeu votos suficientes para chegar a poder, foi colocado no poder a pesar de ser minoritário. A mesma coisa aconteceu com Mussolini. Eles foram chamados a compor o governo porque controlavam grupos armados que dominavam as ruas. Era aí que a luta deveria ter sido travada. Se eles não tivessem esse grupos armados, ou seja, se não tivessem imposto uma ditadura de fato mesmo antes de chegar ao poder, nem chegariam ao poder.
Quem garante que o governo que você votou vai ficar lá? A coisa é tão espantosa que nem parece que em 2016 tiraram do governo a pessoa que ganhou as eleições. O PT já ganhou a eleição e isso não resolveu nada. A crise toda, inclusive está nisso dai. Passaram por cima da eleição, por que não passariam agora?
Então todo esse suor, toda essa tensão é inútil. Isso não vai resolver nada. Tá cheio de gente se descabelando para saber em quem votar para derrotar o fascismo. Vamos dar uma resposta curta e grossa: Não vai derrotar o fascismo, pode votar em quem quiser. O negócio está definido pela direita, a linha geral da coisa é o golpe. A única coisa produtiva a se fazet é denunciar o golpe e enfrentar a próxima etapa.”