Na Análise Política da Semana do dia 11 de maio de 2019, Rui Costa Pimenta explicou a diferença entre derrubar Bolsonaro na rua, via mobilização popular e tirá-lo do poder por meio de acordos com o “centrão” e militares.
As análises acontecem acontece ao vivo todos os sábados, às 11h30, na COTV, vídeo completo: www.youtube.com/watch?v=1wcXTFwXZ-U
“Temos que analisar as tendências que se manifestaram essa semana. Saiu uma matéria muito interessante no Valor Econômico dizendo que alguns parlamentares, entre os quais parlamentares do PT, haviam feito uma reunião com setores dos militares. Não se sabe bem o que foi discutido mas o jornal indica que se trata da formação de um bloco político contra Bolsonaro. Esse ponto merece uma discussão aparte, porque revela aqui que já tínhamos apontado, que se escondia atrás da negativa de levantar a palavra de ordem ‘fora Bolsonaro’: Levantar a palavra de ordem ‘fora Bolsonaro’ não seria adequado, mas conspirar com os militares e o centrão para dar um golpe, seria adequado? Aqui fica uma interrogação.
A única explicação razoável é que a mobilização popular pelo ‘fora Bolsonaro’ implicaria em uma desestabilização geral do regime político, enquanto que as intrigas de camarilha dentro do próprio regime político para substituir Bolsonaro seria uma transição a frio e uma estabilização do governo de direita sem o Bolsonaro. Isso está começando vir à tona. Opõem-se nesse momento duas perspectivas que podem parecer semelhantes mas são muito diversas. Uma é mobilizar o povo contra Bolsonaro, que significa mobiliar contra o golpe de estado de 2016, os golpistas e impor uma derrota ao sistema político que está se formando, contra o povo e que caminha para se tornar uma ditadura. A outra é processar uma ajuste no governo a fio, sem uma crise muito grande, que mantenha a estabilidade do regime politico mas que processe uma modificação pequena removendo a parte mais onerosa do regime que é o próprio Bolsonaro.
Uma conduz ao aprofundamento da luta contra o golpe e a outra conduz a consolidação do golpe.”