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Censura e repressão

Rui Costa atende pedido de Eduardo Bolsonaro e pede repressão da PM

Governador aciona PGE para punir deputado que fez críticas a PM durante o carnaval

No dia 24 de fevereiro o cantor e deputado Igor Kannário (PHS) fez uma crítica à Polícia Militar durante o desfile de sua pipoca, no carnaval de Salvador.

Ao ver um grupo de PMs tentando dispersar, com truculência, uma roda de foliões, Kannário disse: “Peço à imprensa, filma isso aí. Isso é abuso de poder, abuso de autoridade. Quero uma vaia para a Polícia Militar da Bahia […] Agressores, agressores! Venha me bater aqui em cima. Quero ver!”

Um pouco mais a frente, o cantor complementou: “Se acontecer alguma coisa comigo, quem mandou me matar foi alguém da Polícia Militar”.

Apesar das críticas, o deputado já fez acentuados elogios a PM, inclusive durante o carnaval 2020. Leia a nota divulgada pela assessoria de imprensa do cantor:

“O deputado federal Igor Kannário vem a público esclarecer os fatos ocorridos nesta segunda-feira (24) durante a passagem da pipoca do cantor pelo circuito Osmar (Campo Grande). Kannário informa que, ao observar um tratamento agressivo de alguns policiais militares contra foliões, solicitou uma abordagem adequada dos profissionais. O deputado ressalta seu respeito e admiração pela instituição Polícia Militar, que tanto se dedica diariamente aos baianos. Contudo, Kannário enfatiza que não irá se calar quando excessos forem cometidos, como ocorreu nesta segunda. O parlamentar baiano frisa, ainda, que este foi um caso pontual da atuação da PM durante a passagem da pipoca do Kannário pelo Campo Grande. Inclusive, no início do desfile, o cantor pediu aplausos para a PM e para os policiais que estão trabalhando arduamente neste Carnaval. Destaca também que sua pipoca foi, mais uma vez, um grande sucesso de público, com uma linda festa no circuito Osmar, marcada pela paz e pela diversão dos foliões. Mantenho meu imenso respeito pela Polícia Militar, valorosa instituição que tanto orgulha a Bahia. Mas ressalto que não vou me calar diante dos excessos, ainda mais contra a minha pipoca, que saiu das favelas para fazer uma festa linda na Avenida. Sou um político que tenho lado, e meu lado é o povo”. 

Ao saber do ocorrido, o filho do fascista Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, foi em seu twitter discordar das declarações e cobrar uma ação do governador da Bahia, Rui Costa (PT):

Como se ouvisse as preces de Eduardo, Rui Costa acionou a Procuradoria Geral do Estado (PGE) para que tome as “medidas legais cabíveis” contra Igor Kannário:

“É inaceitável o ato público de desrespeito e agressão contra a Polícia Militar da Bahia registrado ontem no Campo Grande. Acionei a Procuradoria Geral para que o Estado formalize uma representação junto ao Ministério Público da Bahia a respeito deste fato.”

“Medidas cabíveis que estiverem no âmbito do Ministério Público precisam ser tomadas em respeito à PM e em defesa da honra de pais e mães de família que fazem parte da corporação.”, escreveu o governador em seu Twitter.

A PGE se manifestou dizendo que o ocorrido é um “fato gravíssimo” e que “atenta contra a ordem pública”. Uma nota do Ministério Público afirmou que “No documento, a Procuradoria-Geral do Estado destaca que, além das palavras agressivas e de ‘baixo calão’ contra os policiais, o cantor proferiu as frases do alto de um trio elétrico para uma multidão, fato que poderia causar a incitação da população contra a Polícia Militar e comprometer a segurança da festa”.

É preciso ressaltar que a PM é o aparato repressivo do Estado que vem acentuando sua violência à medida que é estimulada por grupos de extrema-direita. Com o golpe e, logo após, com o governo Bolsonaro, os números que indicam a letalidade da PM só aumenta.

Dizer que as declarações de Kannário “atentam contra a ordem pública”, que poderiam “causar incitação popular contra a Polícia Militar” ou ferir a “honra de pais e mães de família que fazem parte da corporação” é desconsiderar toda a violência proeminente da corporação e toda a indignação que já existe na população com ela.

A direita sabe que, em festas populares, é muito fácil ocorrer uma mobilização espontânea contra um governo impopular. Por isso, toda a “comoção” e os ataques contra Kannário fazem parte da repressão e da censura que estão cada vez mais presentes no país e, por estarmos no meio de uma festa do povo, acabam se acentuando. 

A atitude de Rui Costa só demonstra sua conformidade e seu alinhamento com o bolsonarismo. Dizer que as declarações foram uma forma de agressão a instituição e, logo após, exigir que algo seja feito contra a pessoa que as fez, é colaborar com essa política de repressão e censura. É ficar ao lado da PM e de Eduardo Bolsonaro.

Os trabalhadores devem formar milícias populares para se defender. A PM é uma instituição fascista e o PCO defende a sua dissolução. Ela só serve para reprimir a população pobre e trabalhadora das favelas, matando milhares por ano no Brasil inteiro. 

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