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Análise Internacional

Rui C. Pimenta analisa consequências do impasse nos EUA

Presidente nacional do PCO debate os grandes aspectos políticos nas eleições norte-americanas; o fracasso do imperialismo, a desestabilização do regime e a censura

Ontem (6/11) ocorreu a tradicional Análise Internacional no sinal 24 horas da Causa Operária TV, com retransmissão na TV 247, que ocorre toda sexta-feira às 14h00 com o companheiro e presidente nacional do Partido da Causa Operária. O tema da semana foi a crise eleição no EUA, onde Rui Costa Pimenta analisa os grandes aspectos políticos do problema da eleição norte-americana. O programa teve como título “EUA: a grande mistificação”. 

O primeiro aspecto analisado por Rui Costa Pimenta foi que a eleição norte-americana demonstra uma profunda crise do imperialismo norte-americano. O que significa uma profunda crise no bloco político que, nesse momento, sustenta a candidatura de Joe Biden, do partido Democrata. Essa candidatura agrupou, segundo a análise, um amplo espectro de forças da grande burguesia imperialista. Como, por exemplo, bancos internacionais, não apenas norte-americanos. “A candidatura de Joe Biden agrupou atrás de si praticamente todos os banqueiros do mundo inteiro”, isto é, é uma candidatura do sistema financeiro do imperialismo mundial. As grandes empresas que atuam no mercado internacional, que são os monopólios, e o mais agressivo dos monopólios, o do petróleo, que fica evidente no apoio da família Bush, que apoia o candidato do outro partido que não o seu. Todo monopólio da informação na internet, Facebook, Twitter, Instagram etc. Apoiam Biden. Noventa por cento de todo monopólio de informação de imprensa, também propagandeiam sua candidatura. A indústria bélica apoia Joe Biden.

Rui conclui que, com toda certeza, Biden é o candidato do imperialismo norte-americano. E com todo esse apoio escancarado, é a eleição mais fácil de se ver o apoio massivo do imperialismo em um único candidato. Inclusive, a CIA e todas as instituições antidemocráticas, ditatoriais, escravagistas de espionagem norte-americanas apoiam a candidatura do partido Democrata. Todo peso do aparato político do imperialismo norte-americano conseguiu praticamente um empate eleitoral.  

“Isso revela, isso coloca de uma maneira absolutamente clara, a enorme debilidade do imperialismo norte-americano. Em casa, em uma eleição que eles têm o habito de controlar amplamente, controlando todos os meios de comunicação fundamentais, controlando o aparato político do imperialismo (…) com toda uma enorme operação o que nós vemos é que os dois candidatos têm a mesma votação. É preciso dizer que isso é um enorme fiasco político para o imperialismo, e uma notícia extremamente positiva para todos os oprimidos do planeta terra”, diz Rui Costa Pimenta. 

Rui explica a confusão de existir um falso dilema entre escolher o imperialismo e o fascista declarado, colocando que não se deveria votar em ninguém nessa eleição. Porque não existe esse dilema, já que é um jogo do próprio imperialismo essa eleição. Escolher Biden em vez de Trump seria escolher o que tem de pior na política mundial. Rui apresenta o cenário positiva do imperialismo não conseguir conter com sua política tradicional a intensa polarização política que vive o país, onde em meio a eleição se vê setores da esquerda quanto da extrema-direita nas ruas, em uma completa desestabilização. 

Um outro aspecto que é muito importante é a censura nas eleições norte-americanas. Onde, na análise, se mostram o exemplo claro da censura a Trump no Twitter. O Twitter que na eleição anterior era colocado como um aliado de Trump, colocou em todos as suas publicações um aviso de que o que está sendo dito pode ser uma mentira e deve ser verificado. Isso é justamente para desmoralizar Trump e apoiar o outro candidato. “Um elemento extremamente grave”, acentua Rui. Outro aspecto dessa censura vem da própria imprensa, que criou um filtro para que não haja criticas a Biden durante as eleições. Um exemplo claro, é a censura a Gleen Greewald no The Intercept, onde no artigo Gleen denuncia as negociações da família Biden com nazistas ucranianos, inclusive com vazamento de e-mails dessas negociações.  

Mesmo com todo esse esquema político, a eleição ficou praticamente empatada, o que reforça ainda mais a crise acentuada e profunda do imperialismo. Com todos os recursos, fraudes, censura contra o candidato Republicano, o resultado é muito fraco. O que aconteceu é que com essa imensa máquina de dinheiro, os grandes capitalistas mobilizam uma grande parcela da população que não comparece as eleições no meio da crise, inclusive gerando um eleitorado maior para Trump. Um caso que mostra como isso foi feito. Nos EUA a legislação prevê que presidiários não podem votar, muitas pessoas quando saem ficam com uma dívida com o sistema penitenciário e não recuperam seu direito, democrático. O capitalista Michael Bloomberg pagou a dívida para diversos ex-presidíarios para votarem em Joe Biden. 

Rui aponta que o cenário mais desfavorável seria a vitória fácil de Biden, para todos os países oprimidos e os povos oprimidos pelo imperialismo, como Brasil, Venezuela, Cuba, etc. No entanto, a Globo e toda imprensa brasileira apoia Biden com fanatismo, o que gera uma esquerda desorientada a apoiar Biden. O que vemos, segundo Rui, é uma gigantesca frente ampla da esquerda até o imperialismo mundial, com todos os setores que citamos no segundo parágrafo desta matéria. Inclusive destaque que em uma competição de mais democrático, na prática Biden sairia perdendo de Trump. O mesmo setor que apoia Biden que estabeleceu diversos golpes militares, campos de tortura em vários países, como o campo de concentração fascista de Guantánamo. Segundo lugar, a imprensa coloca que Trump desestabiliza o regime, isto é, desestabiliza o regime do bloco político que é responsável de, apenas no último período, foi responsável direto da morte de um milhão de pessoas. São genocidas. 

Rui conclui que se deve construir um partido de militantes socialistas, independente desses setores da grande burguesia e de qualquer tipo de burguesia, para intervir politicamente na situação de desestabilização do regime político.  

EUA: a grande mistificação - Análise Internacional nº 113 - 06/11/20

 

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