Nesta última segunda-feira, 28, dois garotos negros foram expulso à força por seguranças do Shopping Salvador, localizado na capital baiana. De acordo com as pessoas que estavam no local e acompanharam a ação truculenta dos seguranças, os meninos aparentavam ter entre 12 e 16 anos de idade.
Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o momento exato em que um dos seguranças, que também é negro, dá um “mata-leão” no garoto e o arrasta até uma sala privada no interior do shopping. O adolescente grita e tenta se desvencilhar, mas é impedido pelos seguranças do estabelecimento. Ao entrarem na sala com o jovem, uma funcionária do shopping, que curiosamente é negra, impede as pessoas de ingressarem no local em que os garotos se encontravam na tentativa de evitar que os jovens sofressem mais violência por parte dos seguranças.
De acordo com as pessoas que frequentam o shopping, esta não foi a primeira vez que os adolescentes foram alvos da covardia e da brutalidade dos seguranças, ações como esta já haviam ocorrido anteriormente.
O caso lembrou o episódio ocorrido no final de novembro no interior de um supermercado da rede Carrefour em Porto Alegre. O trabalhador negro, João Alberto, de 40 anos foi espancado até a morte pelos seguranças do supermercado.
Os dois episódios demonstram que a violência contra os negros, e aqui contra crianças negras, não é uma exclusividade de uma única empresa, como o Carrefour. Trata-se de um instrumento da luta de classe, ou seja, um instrumento de esmagamento dos setores mais oprimidos da sociedade.
Neste sentido, as ações defendidas pelos setores identitários como a criação de um Comitê para debater o racismo, ou a contratação de seguranças negros, nem de longe irão resolver o problema, não passam de demagogia. No caso de Salvador, como afirmamos anteriormente, a funcionária que impede as pessoas que estavam no shopping de impedir a violência contra os adolescentes era negra.
A única forma de se colocar um fim na repressão e na violência contra os negros é por meio da mobilização. É preciso impulsionar um movimento de luta dos negros que levante uma série de reivindicações democráticas históricas dos negros. Um dos pontos principais, por exemplo, é a dissolução de todo o aparato repressivo do estado, o que na realidade é uma máquina de extermínio da juventude negra e pobre.
É necessário também conferir um caráter político a esta mobilização. Defender a derrubada de todo o regime golpista, impor uma derrota definitiva a direita.
Abaixo o vídeo da violência contra os jovens: