Apesar da criação da “Ronda Maria da Penha”, feita pela Polícia Militar do estado da Bahia, o ano de 2019 apresentou um aumento de 33% no número de casos de assassinatos de mulheres no estado. Foram registrados 101 casos em todo o estado, bem superior aos 76 registrados no ano de 2018. A criação de crimes e também as políticas realizadas pelo maior aparelho repressivo da burguesia, a Polícia Militar, se mostram ineficientes para combater o problema da violência contra as mulheres.
A Polícia Militar sempre foi um aparelho de repressão burguesa comandada pelo Estado, e não é de se estranhar que esse tipo de política realizada por ela é ineficiente para o caso das mulheres e as violências sofridas, pois não há nenhum trabalho visando a mudança das estruturas sociais e nem mesmo de uma conscientização sobre a questão das mulheres dentro da sociedade. Criar crimes específicos, políticas como a Ronda Maria da Penha, que estão sendo realizados pela PM não vão ajudar as mulheres, pois eles não impedem que os crimes sejam cometidos, a violência contra as mulheres cresce a cada dia e nem mesmo o “medo da punição” impede que estes números não recuem, pois não há uma política que diz respeito verdadeiramente as mulheres e seus direitos, e não é a PM ou qualquer aparelho de violência contra os trabalhadores que irá mudar essa situação.
O uso da PM para a resolução de problemas de ordem estrutural da sociedade é só mais uma forma de fingir que existe uma preocupação com as questões femininas e continuar a repressão burguesa e a política de encarceramento da população mais pobre, pois os números de casos de violência contra as mulheres continuam crescendo indo na contramão daquilo que seria uma solução para abaixar estes números.
As mulheres continuam sofrendo com a violência porque a luta das mulheres é de ordem revolucionária da sociedade, não serão os aparelhos completamente repressivos da burguesia que irão resolver os problemas das mulheres, afinal a opressão da mulher na sociedade não se limita apenas á violência doméstica e as opressões são criadas e maximizadas dentro da própria sociedade que a burguesia construiu.
Ao contrário do que se prega, somente com o fim da Polícia Militar é que os problemas das mulheres começam a ser resolvidos, pois o fim da PM representa um passo fundamental nas lutas democráticas. O fim da sociedade burguesa, da Polícia Militar; o direito ao armamento e a construção do partido operário e das milícias das mulheres operárias: esses são os caminhos na luta pelo fim da opressão e violência contra as mulheres.