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Entrevista

Rodrigo Pereira, candidato do PCO a prefeito de Salvador

O companheiro Rodrigo Pereira é o representante do programa revolucionário e socialista do PCO na capital baiana

O Partido da Causa Operária (PCO), em Salvador, está em constante crescimento, seja pela quantidade de militantes quanto pela influência do Partido na população da capital baiana e da própria esquerda. Desde 2018, o PCO participou ativamente de diversos atos denunciando o golpe e pela liberdade de Lula.

Agora, nas eleições de 2020, as mais antidemocráticas da história brasileira, o PCO lança, em Salvador, a candidatura do companheiro Rodrigo Pereira à prefeitura da cidade mais importante do Nordeste brasileiro.

O Diário Causa Operária entrevistou o companheiro Rodrigo sobre sua história de militância, sua candidatura e o papel da esquerda em Salvador e assuntos pertinentes ao programa do Partido.

Companheiro Rodrigo, como foi a sua entrada no PCO e por que você escolheu o PCO para militar?

Milito desde os 16 anos, no movimento estudantil. Naquela época, em 2002, havia uma grande onda à esquerda pela candidatura do Lula, o que levou a me filiar no PT. Foram 16 anos de militância no PT, mas a situação, a partir de 2013, mudou muito. O golpe estava em curso e poucos lá dentro – já me incluindo neste grupo – viam esta situação. Um tempo depois, conheci o PCO e seu papel na denúncia do golpe e na luta contra o impeachment de Dilma. Foi uma decisão difícil, já que eu havia construído toda uma história de militância dentro do PT, mas vi que a situação exigia que eu aderisse a uma luta política mais ativa. Então, resolvi entrar no PCO. Principalmente pelo fato de que o PCO não é um partido que quer “negar” o PT, como os partidos da esquerda pequeno-burguesa. Sou muito grato ao PT e tive minha história lá, mas vi que era necessário dar um passo à frente e, nesse processo, o PCO se mostrou o partido com a política mais correta.

Sobre a sua escolha para candidatura a prefeito pelo PCO?

A princípio, nunca pensei em me candidatar. Entretanto, entendi que, como um dos militantes ativos mais antigos do Partido aqui em Salvador, é minha responsabilidade representar o Programa revolucionário do PCO. É um motivo de orgulho representar o PCO nas eleições de Salvador.

Rodrigo, a esquerda, em Salvador, tem feito uma campanha bastante direitista, você poderia comentar sobre isso?

Nós já vemos, há muito tempo, essas alianças da esquerda com elementos direitistas. No último debate, que aconteceu na quarta-feira (4/11), ficou clara a política errada adotada pelo PT e pelo PCdoB. O PT colocou uma pessoa que é ligada à Polícia Militar, um aparelho da repressão que mata, toda semana, jovens negros da periferia. A população dos bairros periféricos não vai votar na Polícia, pelo contrário, vai deixar de votar. Além disso, a candidatura da Major apresenta que ela vai “cuidar das pessoas”. O povo não precisa de “dengo”, o povo precisa de políticas claras. E já com relação ao PCdoB, eu falei também, durante o debate, que não dá pra se aliar com elementos fascistas, como o PP, e querer fazer uma política para o povo. O PP tem, dentre seus elementos, pessoas que representam o agronegócio no interior do estado. O agronegócio é o responsável por grilagem, despejo de comunidades tradicionais e quilombolas e trabalho escravo. Não dá pra, nesse processo, se aliar a esses partidos e dizer que vai fazer pelo povo.

A sua candidatura vem sendo perseguida pela imprensa?

A imprensa burguesa vem fazendo o papel que faz em todas as eleições, de legitimar um processo completamente antidemocrático e fraudulento. Logo no dia em que fui confirmado como candidato, a TV Bahia – que retransmite a rede Globo e é comandada pela família do fascista ACM Neto – censurou um vídeo que mandei simplesmente porque falei o Fora Bolsonaro e a defesa da candidatura do Lula. Os golpistas estão numa ampla campanha de censura ao Fora Bolsonaro.

Além disso, fomos excluídos de dois dos três debates que ocorreram em Salvador. Da Bandeirantes já era até esperado, pois foi um órgão que participou do golpe. Mesmo assim, fizemos um ato, na Praça da Piedade, no dia do debate pra denunciar esse processo. O que não esperávamos era o papel golpista da TVE, a TV pública da Bahia, controlada pelo PT de Rui Costa, que não nos chamou nem pro debate e nem pra entrevista. Fizemos denúncia no DCO sobre esse processo e houve uma repercussão muito boa na cidade, vários órgãos de imprensa local repercutiram nossa denúncia. Também não deixamos barato, pois organizamos um debate aberto do PCO aqui no CCBP Salvador e que foi muito bem aceito pelo público.

Também denunciamos massivamente o cancelamento de outros três debates, de Aratu (SBT), TV Bahia (Globo) e Itapuã (Record). Mesmo que não fôssemos chamados a esses debates, defendemos que, ainda assim, fossem realizados. As três emissoras participam ativamente para o candidato de ACM Neto e Bolsonaro, Bruno Reis, ganhar a eleição e, para isso, estão escondendo ele a todo custo. Enquanto isso, o governador Rui Costa (PT), parece aceitar o golpe ou até mesmo participar do próprio golpe contra o PT. Ele só veio falar alguma coisa sobre os cancelamentos depois de nossas denúncias e muita pressão de alguns militantes do PT.

Para finalizar, Rodrigo, que recado você tem para a esquerda e para toda classe trabalhadora?

Não temos ilusões em eleições. Ficou claro que as eleições são uma grande fraude feita para a direita se reabilitar. Temos a clareza que a esquerda sofrerá uma grande derrota. Entretanto, nosso foco não é o dia 15, o dia das eleições, mas o dia 16. No dia seguinte às eleições, nós do Partido da Causa Operária continuaremos nossa campanha pelo Fora Bolsonaro e por Lula candidato e Lula presidente. Por isso, convocamos toda a esquerda, seja PT, PCdoB, PSOL ou outros, a abandonar a aliança com os golpistas, defensores de Bolsonaro, e se juntarem a nós em uma grande mobilização pela derrota do golpe.

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